amei-te antes de te conhecer - pablo neruda

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Ela saiu do banho depois de meia hora

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Ela saiu do banho depois de meia hora.
Penteou os cabelos molhados e os enxugou a medida que conseguia.
Agora, estava completamente sem maquiagem.

Estava ansiosa para vê-lo.
Ansiosa para saber como aquela noite terminaria.
Aquilo tudo não podia ser um delírio de sua cabeça, podia?

Ela desceu as escadas delicadamente, procurando por ele. Escutou um barulho vindo do fundo da cozinha, o que julgou ser a área da lavanderia.

E lá estava ele. Ainda de calça, com o cinto. Sem camisa. O cabelo todo repuxado para trás, tantas vezes que ele tinha passado as mãos pelo cabelo, aflito.
Incômodo.
Atormentado.

Ele estava com as mãos na cintura, com uma expressão séria, encarando a máquina que fazia barulho como se para secar o vestido dela.

Alexandre encarava a secadora se perguntando como tinha chego naquele ponto, depois de tantos anos de carreira. Depois de velho. Depois de nunca, nunca mesmo, ter se envolvido com uma aluna.

Depois de anos sem se envolver com ninguém, uma garota em seus vinte o tirava o juízo.
Estava dentro de sua casa.
Pelada, dentro de sua casa.
E por pouco, muito pouco, ele não tinha..

— O senhor já terminou de salvar meu vestido?

Alexandre fechou os olhos com força.

O demônio o estava perturbando, disso ele tinha certeza.

Demônio esse cabelos longos e castanhos e um sorriso arrebatador.

Dona do cheiro mais delicioso, do olhar mais gentil, mais secreto, mais.. Perverso.

Demônio esse inteligente.
Estupidamente inteligente.
E talentoso.

Simpático,
carismático,
divertido.

Quando ele levantou os olhos para ela, Giovanna dava passos em sua direção. Estava só de toalha.

Claro, ele pensou.
Fui estúpido o suficiente para esquecer de pegar um roupão ou uma troca de roupa.

Já não sabia até que ponto não tinha conseguido se controlar para raciocinar corretamente, e até que ponto tinha feito de propósito para que ela o buscasse pela casa, assim.
Desse jeitinho.

A verdade era que ele fingia ter tido controle, mas sabia que não sairia ileso, não daquela noite.
Não naquela casa.
Não com aquela garota por perto.

Para. — Ele mandou, firme. Fez um gesto com a mão pedindo que ela parasse de caminhar, e ela o fez.

Giovanna o olhava com confusão.

"senhor"

A filha da puta sabia muito bem o que fazia desde o primeiro segundo. Ela, em especial, vinha com o talento de provocar ele em níveis estratosféricos, coisa que não acontecia com ele há muito, muito tempo.

the tortured poets departamentOnde histórias criam vida. Descubra agora