Alexandre estranhou a falta dela. Ela literalmente nunca faltava. Mandou mensagens enquanto deixou os alunos fazendo atividades, mas ela não respondia. Saiu da sala tentando fazer ligações, mas ela não atendia.
Bateu na porta do diretor.
— Eu tô com um problema pessoal e vou precisar ir embora. — Avisou.
Saiu em disparada para o estacionamento interno, dos funcionários. Assim que tirou o carro dali, olhou para a rua da faculdade. Carros de polícia estavam ali bloqueando a entrada das pessoas. Alexandre teve um instinto de ir ver o que tinha acontecido. Desceu do carro, deixando ele com a porta aberta e correu até ali tentando ver o que é que tinha acontecido. Viu uma maca sendo colocada dentro de uma ambulância, muitas pessoas reunidas entre enfermeiros e policiais. Viu o carro de Giovanna, e viu também uma picape enorme que tinha batido do lado oposto ao do motorista, acabando com a porta do carona e com a porta do banco de trás.
Ele ultrapassou as faixas que delimitavam a área de perigo e de investigação.
— O senhor não pode passar dessa área para..
— Ela é minha mulher, é minha mulher. — Alexandre dizia atormentado. — É ela naquela ambulância? É a Giovanna? Ela tá viva?
— Eles estão saindo agora em direção ao hospital e..
Ele não esperou mais instruções, ele simplesmente se enfiou na ambulância. Assistiu enquanto os paramédicos tentavam manter Giovanna acordada.
O braço direito dela estava completamente esfolado pela colisão agressiva, bem como o lado direito do rosto e a perna.
O lado esquerdo parecia intacto.Ela estava muito, muito machucada.
Monitoravam ela o tempo todo, e Alexandre se assustou um pouco pela maneira como ela estava imobilizada.Segurou a mão esquerda dela com força, com ambas as mãos.
— Eu estou aqui, meu amor. Eu tô aqui. Você não ta sozinha, eu tô aqui.
Alexandre sentia o corpo todo anestesiado. Ele olhava para ela com os olhos cheios de lágrimas e ela olhava para ele com estranheza. Mal conseguia acompanhar ele com os olhos por conta da imobilização.
Assim que chegaram, os médicos a levaram para dentro e Alexandre ficou para fora. Andava de um lado para o outro do hospital, aflito. Não sabia para quem ligava primeiro. Decidiu telefonar os delegados e advogados que estavam acompanhando eles dois nos últimos tempos.
— Eu anotei a placa. Eu preciso que vocês pesquisem, que descubram.. Algum tipo de transferência, algum tipo de conexão, eu tenho certeza que isso não foi acidente. Vocês tinham que ver a posição do carro, ninguém conseguiria bater naquela velocidade naquele ângulo se não fosse completamente planejado. Encomendaram isso, eu não tô maluco. A placa é..
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the tortured poets departament
RomanceNo meio do caminho, tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho. tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho...