soneto de separação - vinicius de moraes

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Nero viu Giovanna finalmente voltando para a sala

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Nero viu Giovanna finalmente voltando para a sala.

— Pessoal, agora que a Antonelli voltou e a Patrícia terminou de passear pelo colégio, quero dizer, beber água e ir ao banheiro.. — Ele brincou, e todo mundo riu. — Já podemos dar início às apresentações. Qual grupo gostaria de começar?

Ele se sentou no meio da turma, de frente para a lousa.

Tinha um caderno e sua caneta William Pollo em mãos para fazer as anotações e depois dar um feedback personalizado para cada aluno. Aquilo também impactaria na nota.

Ele estava sentado atrás de Giovanna, que agora não ousava olhar para trás.

Tudo bem.
Ter ela por perto era suficiente. O cheirinho de seu perfume praticamente debaixo do nariz dele era suficiente.

Aplaudiu todas as apresentações por mais que tivesse comentários a fazer sobre cada uma delas. Quando foi a vez de Giovanna, a achou um pouco estranha.

De um modo bom, ela era como um piloto de corrida quando estava na posição de líder. Encarregada de algo. Ela era sua namorada, uma pessoa doce e gentil.. Mas o profissionalismo que surgia assim que se propunha a fazer algo, isso era inegável. Era quase irreconhecível.

Talvez fosse isso, o profissionalismo dela fazia ela parecer estranha.

Fez anotações sobre tudo mais uma vez. Teve que fazer um esforço a mais para fazer anotações sobre Giovanna, porque o que diziam sobre o amor era verdade: te deixava cego, surdo, e mudo.

Aquela era a última aula do dia, então já iriam para a casa.
Assim que os alunos saíram, Giovanna passou por perto dele, olhando para ele brevemente.

— Eu vou sozinha hoje. — Ela avisou.

Alexandre não entendeu nada.

— Por que? — Ele tentou puxar o assunto.

Mas tinha muita gente ao redor.
Ela simplesmente saiu da sala, levando sua bolsa.

Ele se apressou recolhendo seus pertences e tentou alcançar, mas ela tinha desaparecido. Pegou o carro e foi prestando atenção pelas ruas. Nem sinal dela.
Quando chegou em casa, Eli estava terminando de deixar as caixas e as malas de Giovanna no meio do corredor.

Ele franziu o cenho olhando aquilo tudo.

— A Giovanna já chegou? — Ele perguntou para a senhora.

— Ela tá lá em cima, Alezinho. Avisa ela por favor que eu já terminei de organizar as coisas que ela me pediu hoje de manhã pra mudança dela?

Ele assentiu, incapaz de entender ou de formular outra frase.

— Ta dispensada por hoje, Eli. Não precisa fazer absolutamente mais nada, pode ir embora agora. — Ele liberou.

A senhora o olhou apreensiva. De início, tinha achado que Giovanna tinha simplesmente encontrado outro lugar para morar, finalmente. Mas agora, a expressão de Alexandre mostrava que tinha muito mais do que isso por detrás.

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