Quando ele chegou ela estava no sofá da sala.
Tinha decidido trabalhar de home office pra ocupar a mente. Ela também não conseguia parar quieta então se mantinha ocupada e antenada na universidade da maneira que podia.Tinham descoberto o envolvimento de sua madrasta como mandante do acidente dela e agora a investigação estava aberta. Alexandre tomava a frente de todas as reuniões e só levava os documentos para que ela assinasse, então ela não tinha que se preocupar nem com os imóveis e as burocracias.
Esses assuntos eram delicados.
Mas os trabalhos e as colunas, isso era divertido. Assuntos diversos que não fossem sua vida pessoal a distraiam e faziam com que a cabeça ficasse em outro lugar.
Ela desviou o olhar para a porta quando escutou a chave. Sabia que Alexandre brigaria com ela por estar em frente ao computador até aquela hora. Lançou o olhar pro celular.
22:50
— Ainda não foi pra cama, amor? — Ele estranhou.
— Amm.. — Ela ja tinha fechado o laptop e deixado de lado. — Me empolguei vendo série. — Mentiu.
Claro que sim. Alexandre estava sendo insuportavelmente cuidadoso. O que era bom e ruim ao mesmo tempo.
Ele deixou seus pertences na mesa da sala e foi até ela dando um selinho. Passou a mão na barriga que agora tinha o menor relevo mas que os dois ja notavam.
— Pro quarto, mocinha.
Giovanna respirou fundo. Isso era cansativo.
— Eu vou voltar ao trabalho semana que vem. — Ela disse de uma vez.
Alexandre olhou para ela, atento. Engoliu a seco, sabendo que ela ia fazer isso cedo ou tarde. Esperava que fosse mais tarde.
— Eu conversei com o médico e ele me disse que se eu pegar leve fica tudo bem. — Ela se justificou. — Então segunda-feira eu estou de volta.
— Você está pedindo minha opinião? — Alexandre perguntou, cruzando os braços.
— Não, eu estou te avisando.
Eles ficaram olhando um para o outro, sérios. Entendiam um ao outro, mas a discordância tornava tudo praticamente impossível.
Alexandre assentiu.
Virou as costas e subiu as escadas sem dizer mais nada. Giovanna bufou, se desvencilhando das cobertas e pegando o celular antes de ir atrás dele.Quando chegou no quarto, ele caminhava em silêncio de um lado para o outro, se preparando para ir tomar banho como sempre fazia assim que chegava.
Tinha tirado a gravata e agora desabotoava a camisa.
— Você não vai falar nada? — Ela puxou o assunto.
— Você não pediu minha opinião. — Ele falou sério, tirando o relógio.
— Porque eu sei o que você vai dizer.. — Ela se justificou.
— Então eu não tenho nada pra falar. — Ele largou o relógio em cima do móvel de seu lado da cama. — Simples assim. — Ele a encarou.
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the tortured poets departament
RomanceNo meio do caminho, tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho. tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho...