71_ Puxar o gatilho

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Ayla

— SE EU NÃO POSSO TE TER, ENTÃO NINGUÉM TE TERÁ, FILHINHA GOSTOSINHA!

As palavras dele cortaram o ar como uma lâmina afiada. Eu me encolhi, sentindo o medo consumir cada parte de mim. Meu coração acelerava, pulsando como um tambor ensandecido, e meu corpo tremia incontrolavelmente. A falta de ar me envolvia... Nunca havia sentido tanto terror.

Ele é um psicopata. Um psicopata pedófilo.

— M-Marcos, pelo amor de Deus... não faz besteira, não faz b-besteira!

A porta se abriu de repente, e Dylan entrou no meu quarto como um furacão, sua expressão uma tempestade de fúria ao ver Marcos. Ele ouviu meu grito.

— SE VOCÊ DAR UM PASSO EU ATIRO NELA! — Marcos rosnou, a arma em sua mão brilhando de forma ameaçadora.

— Ayla — Meu namorado deixou meu nome escapar como se fosse um lamento. — Que porra é essa?!

— VOCÊ COME ELA, NÉ? — Marcos gritou, sua voz reverberando pela sala e fazendo meu estômago se revirar. — O ÚNICO PAU QUE DEVERIA FODER A BUCETA DA MINHA FILHINHA É O MEU!

— SEU FILHO DA PUTA! — Dylan rugiu, uma fúria incontrolável tomando conta dele.

A tensão explodiu como uma bomba prestes a detonar. Nunca vi Dylan tão tomado pelo ódio. Seu rosto estava vermelho como fogo. Ele avançou contra Marcos, os punhos cerrados prontos para a batalha. O impacto da luta era brutal, embora Marcos tentasse se defender, estava todo fodido, mas parecia que ele havia treinado para momentos como aquele. Porém Dylan era rápido e feroz, estava apenas com alguns machucados visíveis.

— SAI DAQUI, AYLA, CORRE! — Meu namorado gritou em desespero enquanto tentava arrancar a arma das mãos de Marcos. Mas eu não conseguia me mover. A ideia de deixá-lo sozinho com aquele monstro era insuportável.

Então, a arma foi mirada em minha direção.

Naquele instante, o tiro ecoou pela sala como um trovão.

O tempo pareceu desacelerar em torno de mim.

Dylan se lançou à minha frente me salvando.

O som do disparo foi seguido pelo impacto brutal do corpo dele atingido pela bala. Ele caiu no chão, uma expressão de dor profunda cravada em seu rosto lindo.

— DYLAN! DYLAN! — O meu grito rasgou o silêncio pesado do ambiente.

O olhar que lancei para Marcos era algo que eu nunca havia sentido antes. Uma torrente avassaladora de sentimentos que ultrapassava até mesmo o amor que sentia por Dylan. Ódio puro e visceral tomou conta de mim. Meu sangue fervia, borbulhando com a ira do que ele fez com meu namorado. Eu não me reconhecia mais, tudo o que eu queria era acabar com ele.

— SEU NOJENTO, SEU MONSTRO! EU TE ODEIO, MARCOS! EU TE ODEIOOO! — Gritei com toda a força que restava em mim e disparei na direção dele.

Ele tentou me segurar, suas mãos frias cravando-se em meu braço como garras de um predador desesperado. Mas a raiva me deu uma força indescritível. Consegui me soltar e o empurrei com toda a minha força contra a parede.

Era como se eu tivesse sido possuída por uma força sobrenatural. Com um movimento rápido e decidido, arranquei a arma de suas mãos trêmulas. Meu coração batia descontroladamente enquanto eu mirava diretamente para ele. Não pensei duas vezes antes de puxar o gatilho.

O som do disparo ecoou novamente na sala.
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora