39_ Por favor, anjo...

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Ayla

Estava deitada na cama, mergulhada em uma fanfic no Wattpad pelo celular. Ao meu lado, Dylan parecia estar em um estado de inércia, mas, de certa forma, ele estava "lendo" comigo.


À medida que a temperatura da história aumentava, meu nervosismo crescia. O hot está vindo. Só de saber que aquele idiota estava prestando atenção também


— Que porra é essa, anjo? — ele perguntou, rindo.

Tentei ignorá-lo e continuei lendo o capítulo, decidida a fingir demência.

Dylan se aproximou mais e colocou a mão na minha cintura.

— Tira... tira essa sua mão da minha cintura. — murmurei, mas minha voz denunciava que eu não realmente queria que ele se afastasse.

E se nós imitarmos eles. Eu for o cara da fanfic e você for a garota? — ele disse com um tom malicioso, inclinando-se para beijar meu pescoço.

— Talvez... — respondi, mas fomos interrompidos por batidas na porta do quarto.

Estávamos tão próximos que nos ajeitamos rapidamente. Dylan gritou que podia entrar.

A mãe dele entrou com um sorriso travesso. Socorro!

— Ayla...

— Oi?

— Um homem chamado Marcos veio aqui te procurar. — A menção do nome fez meu corpo tremer de medo. — Eu disse que você não queria falar com ele. Ele é seu padrasto, certo? — Emilly questionou, e eu assenti. — O Dylan me contou que você está enfrentando problemas em casa. Mas relaxa, ele não mencionou quais são. Quero que saiba que pode ficar aqui o tempo que precisar, você não está dando trabalho nenhum! É ótimo ver meu filho com você!

— Obrigada, obrigada mesmo! — agradeci sinceramente.

Ela sorriu e saiu do quarto.

A maneira como Dylan e seus pais têm me tratado é incrível. Sinto que tenho muita sorte.

(...)

Era cerca de duas da manhã quando fui despertada de um sono profundo por barulhos estranhos. Sonolenta, me sentei na cama e percebi que os sons vinham do Dylan.

Ele se contorcia sob as cobertas, parecendo estar em pânico.

Não faz isso comigo! Por favor, por favor! — ele implorou.

Um pesadelo. Ele estava tendo um pesadelo.

— Ei, Dylan... — toquei nele suavemente, tentando acordá-lo.

Para! Para! — ele gritou em desespero.

— Dylaan! Eu tô aqui, eu tô aqui!

Agitei-o por alguns segundos até conseguir trazê-lo de volta à realidade.

O abracei forte e ele me envolveu em seu abraço desesperado, como se precisasse da minha presença naquele momento.

— Desculpa, Ayla...

— Tudo bem. — Ele me apertava ainda mais contra seu corpo.

Não me abandona... por favor... por favor, anjo...
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora