72_ Eu imploro!

5.1K 354 101
                                    


Ayla

Já estava no hospital, cercada pelos pais do Dylan, meu pai e a Fernanda. Eram as únicas pessoas que eu conseguia suportar perto de mim depois daquela tragédia. Os pais do meu namorado decidiram não trazer Aurora e Hazel por motivos óbvios.

E eu sei lá o que aconteceu com Marcos, mas a situação dele pouco me importa. Tudo que importa agora é o Dylan. Meu amor, meu Dylan.

A angústia me consumia, e eu não sabia como lidar com tudo isso. Ele se colocou em perigo por mim. Ele se sacrificou. E aqui estou eu, impotente, sem poder fazer nada. A verdade é que eu preciso dele. Eu o amo de um jeito que nunca soube ser possível, e não consigo imaginar minha vida sem ele.

Desmoronei de joelhos naquele hospital, o medo mais profundo da minha vida me sufocando.

— AYLA, A CULPA É SUA! — A mãe do Dylan gritou, seu rosto demonstrando dor e desespero. — SE O MEU FILHO MORRER, A CULPA É SUA! TODA SUA, AYLA!

— COMO É? MINHA FILHA NÃO TEM CULPA DE NADA! COMO PODE DIZER UMA COISA DESSAS, EMILLY?! — Meu pai interveio, a voz firme apesar da tristeza.

— A Ayla não teve culpa... — Simón, o pai do Dylan, falou com a voz embargada, os olhos vermelhos de lágrimas que insistiam em cair.

Mas a verdade é que eu sentia culpa sim. Emilly tinha razão. Era para eu estar no lugar do Dylan. Por que ele teve que se colocar em risco por mim?

— P-perdão... — murmurei, a voz mal saindo.

— Perdão sou eu quem deveria pedir! — Fernanda interrompeu, as lágrimas escorrendo pelo rosto dela. — Eu... eu não tranquei a porta quando saí com o Edson... e...

Era verdade. A porta estava aberta. Mas a Fernanda não tinha culpa alguma. A culpa é toda minha.

Por favor... m-meu filho! — Emilly chorava desesperada, e seu sofrimento ecoava na minha alma.

Um médico se aproximou de nós, seu semblante sério.

— Vocês são os pais do Dylan, certo? — Eles assentiram com a cabeça lentamente. — A situação dele é crítica. Ele perdeu muito sangue e precisa de cirurgia imediata. Faremos tudo o que pudermos, mas o estado dele é grave...

As lágrimas dos pais do Dylan misturavam às minhas próprias. Meu coração se partia em mil pedaços, a dor era tão intensa que parecia roubá-la de mim.

P-por favor... ele tem que sobreviver... ele vai s-sobreviver? Eu não posso perdê-lo! Eu imploro! — As palavras saíam entrecortadas pela angústia.

— Estamos fazendo o possível. Tudo o que podemos fazer neste momento delicado... — O médico respondeu com um olhar sério e compenetrado.
.
.
.
.
Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora