AylaO que... O que ele disse?
— F-fala de novo... e-eu não entendi. — Pedi, sentindo minhas mãos começarem a tremer e meu coração acelerar descontroladamente.
— Eu sou seu pai, Ayla. — Ele disse devagar, as palavras pesadas, fazendo cada sílaba ecoar na minha mente.
Edson... O que você está falando? Isso não pode ser verdade.
— Como assim meu pai?! Você tem noção do que está dizendo?! — Minha voz saiu quase em um grito, uma mistura de incredulidade, confusão, raiva.
— Eu tenho e muita. Fiz o teste de DNA.
A realidade começou a girar ao meu redor, como se o chão tivesse sumido sobre meus pés. Levantei da cadeira, inquieta, andando de um lado para o outro na sala do Edson. Uma tontura me atingiu, e as palavras dele ecoavam como um mantra insuportável.
Edson me abandonou? Ele já sabia que era meu pai?
Meu Deus, eu nunca imaginei que meu pai pudesse ser um homem como ele. Eu desejei que meu pai fosse um homem incrível como ele. E agora eu descubro que ele é realmente meu pai.
— Você já sabia disso? V-Você me abandonou? — A dor na minha voz era palpável.
— Não, filha! — Ele se levantou abruptamente, a expressão dele mudando para uma mistura de desespero e sinceridade. — Eu não sabia disso até agora!
— E como você sabe agora? — Desafiei-o, a raiva fervendo dentro de mim.
— Sua mãe... ela escondeu de mim, Ayla. Ela veio aqui falar comigo, disse que... não aguentava mais você. Afirmou que você se amostrava pro Marcos sentir desejo em você.
Meu coração parou por um momento. Faz tanto sentido agora.
— Eu e sua mãe tivemos um caso há 18 anos atrás. — Minha idade. — Na verdade, nós namorávamos. Eu era loucamente apaixonado por ela. Mas ela me traiu e simplesmente desapareceu da minha vida. Ayla, eu nunca soube que ela estava grávida.
— Eu... — As palavras me faltavam. A confusão se misturava à dor e à raiva. — Jogo... Eu tenho que ir assistir o jogo do Dylan... A gente pode conversar depois?
— Claro, claro... — Ele parecia derrotado.
— Tchau. — Disparei para fora da sala como se estivesse fugindo de um incêndio.
Edson é meu pai. Meu Deus! Ele é meu pai. Puta que pariu.
(...)
Quando cheguei ao campo, o jogo já havia começado.
Me sentei na arquibancada ao lado da Mirella, que estava radiante de emoção.
— Tem muito tempo que começou? — Perguntei com a cabeça cheia de pensamentos confusos.
— 5 minutinhos só! Olha ali o Dylan olhando pra você!
O idiota me olhou sorrindo e acenou para mim. Sorri timidamente e acenei de volta, mas uma raivinha crescia dentro de mim ao ver as meninas gritando histericamente pelo nome dele. Ok, eu sei que ele é lindo e irresistível, mas, caramba!
Quem eu estou tentando enganar? Estou aqui assistindo ao jogo enquanto minha mente está presa no diretor Edson. Meu pai! Que virada estranha na minha vida é essa?
Tentei me concentrar no jogo e uau! Dylan fez um gol!
Gritos ensurdecedores irromperam pela arquibancada enquanto todos se entregavam à alegria contagiante, especialmente as meninas enlouquecidas.
— ISSO SEU PORRA, VOCÊ É FODAAAAAAAAAA! — Mirella gritava como uma louca.
Dylan olhou fixamente pra mim e fez um coração com a mão na minha direção. O público explodiu em gritos ainda mais altos.
— EEEEITA, MEU CASAL UIUIUII! — Mirella pulava ao meu lado.
Eu corei intensamente e sorri de volta pra ele, mandando um beijo enquanto tentava afastar os pensamentos sobre Edson da minha cabeça.
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Continua...
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Aquele Idiota
RomanceAyla é uma garota que enfrenta desafios que vão muito além da adolescência. Sob o mesmo teto que sua meia-irmã Sienna e seu padrasto abusivo, Marcos, ela luta diariamente para se proteger de um pesadelo que parece não ter fim. Na escola, Ayla é rotu...