Aquele Idiota 2 - 21_ Cheira a merda

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Ayla

Eu sai mais cedo da faculdade junto com o Theo que ficou insistindo para mim sair com ele, mas óbvio que rejeitei.

Que droga!

Tinha ido sozinha no shopping, pra tentar desestressar. Mas acabei me estressando foi mais.

E sim! Eu consegui dirigir! Amo!

Borrifei uma colônia masculina que comprei agora pouco. Não me julguem, mas eu gosto de perfume masculino.

No momento estava na faculdade esperando Dylan que caminhava juntamente a Erick, Pedro, Mirella e Maycon. Meu namorado se despediu deles e veio se aproximando do carro.

Ao entrar, ele imediatamente caiu para trás no banco ajustado.

Os olhos de Dylan se arregalaram em minha direção.

— Que porra? — Ele sussurrou baixinho.

Ele se ajusta virando todo o corpo para me encarar.

— Que porra de cheiro é esse? — Meu namorado questionou.

— Que cheiro?

— Essa colônia não é minha. Cheira a merda. O Theo estava aqui com você?

— Como é?!

— A Clara disse que vocês saíram junto...

Ele está caindo. Ele está caindo na dela, merda!

— Meu Deus, Dylan! Olha o que essa garota tá falando pra você!

— Não é verdade? Por que porra você saiu mais cedo com ele, Ayla?!

— Não é da sua conta! — Disparei com raiva.

— Não é da minha conta?!

— Exato.

— Anjo, porra. O Theo tava aqui? Você transou...?

Agora o meu mundo caiu. O que merda ele acabou de dizer mesmo?

Eu ouvi outra coisa. Não é possível.

— Sim, com seu pai. — Eu disse.

Eu não acredito que ele está pensando uma coisa dessas de mim. Não acredito mesmo.

— Ayla, me diz o que está acontecendo... por favor!

— Eu pensei que tinha acabado de dizer.

— Para, isso é estranho pra caralho, você se tornaria minha mãe!

— Estranho pra caralho é essa merda que você me disse. Você está louco?!

Dylan pareceu finalmente perceber o peso das palavras que tinha acabado de dizer, mas era tarde demais. Sua expressão passou de raiva para algo que beirava o desespero.

— Ayla… eu… — Ele começou, mas sua voz vacilou.

Eu ergui a mão, pedindo silêncio. Não havia mais o que dizer. Não depois do que ele disse.

— Não. Não tenta consertar, Dylan. Não tenta. Você acha que é isso que eu faria com você? — Minha voz saiu firme, mas, por dentro, eu estava despedaçada.

Ele tentou se aproximar, mas eu o afastei, criando uma distância segura entre nós.

— A-Anjo, me desculpa… Eu só… — Ele passou a mão pelo cabelo, nervoso. — Eu tô perdido. Essa situação, a Clara, o Theo… as mensagens que você anda recebendo... eu não sei o que pensar.

— O problema, Dylan, é que você já escolheu o que pensar. Você escolheu acreditar que eu seria capaz de trair você. E se é assim, então qual é o sentido de tudo isso? — Minha voz foi falhando aos poucos, e eu percebi que estava começando a perder o controle.

Dylan balançou a cabeça, frustrado.

— Você não entende. Você sabe o que aconteceu comigo antes. Aquilo ainda me assombra, amor. A Maevie… no final, eu era idiota. Eu não consegui evitar, é como se minha cabeça tivesse voltando para aquele lugar.

Engoli em seco. Eu sei sobre o trauma dele com a Maevie, mas nunca imaginei que ele projetaria aquilo em mim. Nunca pensei que ele não confiaria em mim depois de tudo que passamos juntos, do tempo que passamos juntos. Essa Clara é uma manipuladora do caralho.

— Eu não sou ela, Dylan. Não mereço ser tratada como se fosse.

— Eu sei, Ayla. Eu sei disso, e me odeio por ter pensado dessa forma, mas… ver você com o Theo, vendo como ele fica perto de você, me deixa… eu fico louco, entendeu? Eu fico louco com qualquer cara perto de você, mas ele... cacete. Eu fico achando que ele está te roubando de mim.

Eu senti uma dor no peito, uma mistura de raiva e tristeza, e me vi lutando para manter a calma. Inspirei profundamente, tentando me acalmar.

— Eu só não acredito que você realmente considerou essa possibilidade.

Meu namorado passou as mãos pelo rosto, claramente arrependido.

— Eu sei, eu sei... me perdoa, anjo. Eu estou sendo idiota. A ideia de perder você mexe tanto comigo, de reviver aquela porra de novo... dessa vez eu não aguentaria. O que eu sentia pela Maevie era apenas uma paixão, mas você não, Ayla. Cacete, eu sou tão seu, de corpo, alma, tudo. Eu amo você, garota, tanto que dói... dói tanto pensar em te perder. Eu acabei deixando a puta insegurança tomar conta. Eu devia confiar em você acima de tudo. Me perdoa, de verdade.

Suspirei e assenti devagar com a cabeça.

— A Clara está jogando sujo, e parece que ela está conseguindo. — Eu falei por fim.
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora