33_ Confia em mim

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Ayla

— Você quer conversar? — O diretor me perguntou, e eu apenas neguei com a cabeça.

Ele se aproximou e sentou-se ao meu lado, sua expressão carregada de preocupação.

— Não sei o que está acontecendo, mas quero que saiba que, se eu puder ajudar de alguma forma, estou aqui. — Ele sorriu gentilmente. — Saiba que você é uma das alunas mais inteligentes e esforçadas desta escola, Ayla. Eu admiro muito você!

— Obrigada. Eu também admiro você. — Forcei um sorriso, enquanto limpava as lágrimas que teimavam em escorregar pelo meu rosto.

— Você quer me contar o que aconteceu?

Sei que ele está genuinamente preocupado, mas não adiantaria contar. Ele não vai acreditar em mim. Ninguém acreditaria.

— Está tudo bem, já passou! — Menti, tentando me convencer.

Nesse instante, Dylan entrou na biblioteca com passos largos e uma expressão de preocupação imensa. Aproximou-se rapidamente e colocou a mão em meu ombro.

— Ayla, você está bem? — Perguntou, o nervosismo evidente em sua voz.

— Vocês viraram amigos agora? — Edson comentou, rindo feliz.

— Será que posso ficar a sós com ela, por favor, diretor? — Dylan pediu, e Edson assentiu com a cabeça.

— Qualquer coisa, vai lá na minha sala, ok? Fica bem!

Edson saiu da biblioteca, me deixando sozinha com Dylan. Ele me abraçou e depositou um beijo suave em minha testa.

— O que aconteceu, anjo? — Questionou, acariciando meus cabelos com ternura.

Eu me odiei naquele momento. Era tão idiota que comecei a chorar copiosamente na frente dele.

Rapidamente, Dylan se sentou e me puxou para seu colo, mantendo-nos apertados em um abraço acolhedor.

Não chora, por favor. Meu coração está doendo em vê-la assim...

Não tem como, Dylan. Eu não aguento mais, não sei o que fazer. — As palavras saíram em soluços desesperados. — Eu me sinto tão suja... não sei como lidar com isso.

— Por que se sente suja? Você é perfeita, Ayla... não sabe como. Olha...  — Ele segurou meu rosto entre as mãos e beijou minhas lágrimas com delicadeza. — Me conta o que está acontecendo, meu bem.

V-você não vai acreditar em mim. — Meu corpo tremia de medo. — Ninguém acredita...

Eu vou, querida. Eu prometo. Eu estou do seu lado. Hum? Sou todo seu. Confia em mim.

Todo meu?

Respirei fundo e assenti com a cabeça, embora o medo ainda pulsasse dentro de mim.

Ele provavelmente sabia que Marcos era psicólogo. Como um psicólogo poderia abusar da própria filha da esposa?

— Eu não sei se você sabe... mas eu não moro com meu pai, nunca o conheci. Eu moro com minha mãe, Sienna e... meu padrasto, M-marcos... — Gaguejei ao pronunciar seu nome e Dylan apertou-me ainda mais contra ele.

— Ele é psicólogo, não é? — Perguntou e eu confirmei com a cabeça.

Ele sabe que Marcos é um psicólogo respeitado.

Meu Deus. Será que ele vai acreditar em mim?

D-Dylan v-você vai acreditar em mim mesmo?

Vou sim, anjo. Por favor... eu não quero ver você assim... — Ele beijou suavemente meu nariz.

Eu... eu não consigo contar tudo...
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora