73_ Quero doar

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Ayla

— Como eu havia dito, o Dylan perdeu muito sangue. — O médico falou, sua voz grave ecoando na sala. — Ele precisa de um doador urgentemente do tipo O-!

— O m-meu não é esse, o n-nosso não é esse! — Emilly exclamou, os olhos arregalados de desespero, enquanto olhava para Simón.

Porém...

— Eu sou O-. Quero doar. — As palavras saíram da minha boca como um grito silencioso, mas firme.

Era tudo que eu podia fazer por ele. Ele precisava de mim mais do que nunca. E eu... eu precisava dele ao meu lado.

— Filha... — Meu pai murmurou, seu tom carregado de preocupação.

— E-eu preciso doar sangue. Eu quero. Ele precisa de mim. — Afirmar isso era como uma mantra, repetindo-me que eu ainda poderia fazer algo.

Emilly ainda chorava, as lágrimas escorrendo pelo rosto, e mesmo em meio ao seu desespero, seus olhos brilhavam com gratidão e culpa. O médico me encarou com cautela.

— Precisamos confirmar o tipo sanguíneo dele para ter certeza se é compatível mesmo.

— Faça isso logo! — Minha voz soou mais alta do que eu pretendia, a ansiedade transbordando. — Ele é meu tudo, doutor! Por favor!

Os minutos se arrastavam como horas e cada segundo era uma tortura. A espera estava me consumindo.

— Ei, vai ficar tudo bem, tá bom? — Mirella apareceu ao meu lado, trazendo Erick, Maycon e Pedro com ela.

— Se não ficar tudo bem eu não sei o que vou fazer sem ele... eu não sei, Mi. — Minha voz tremia, quebrando-se sob o peso da incerteza.

— Eu também não sei... porra, o Dylan é meu melhor amigo... — Pedro disse, o olhar sombrio.

— O nosso, cara... — Erick acrescentou, sua expressão tensa refletindo a gravidade da situação.

— Se fosse sua irmã nessa situação... eu não sei o que faria, Ayla... — Maycon falou e seu comentário fez meu estômago revirar ao lembrar de Sienna.

Nesse momento, pouco importava se eles já sabiam sobre o que aconteceu com Marcos. Eu só queria que me chamassem logo para doar sangue para Dylan. A espera estava me matando lentamente. Cada segundo sem notícias dele era como uma eternidade. Eu  quero suas risadas, suas provocações carinhosas, os momentos em que ele me fazia sentir viva... eu amo tudo nele, até quando ele me irrita.

E então...

O médico apareceu novamente diante de mim, um sorriso no rosto:

— Você vai doar sangue pro seu namorado agora, Ayla.

Um gritinho de felicidade escapuliu dos meus lábios involuntariamente. A esperança renascia dentro de mim como um fogo intenso.

— Vai, filha! Arrasa muito, garota! — Meu pai disse enquanto me abraçava com força e beijava minha testa.

Era hora de lutar por ele. E eu estava pronta para tudo.
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora