47_ Arma

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Ayla

A atmosfera na delegacia estava pesada, carregada de tensão. Eu me sentava em uma cadeira ao lado de Dylan, meu coração pulsando forte no peito enquanto aguardávamos a chegada de Marcos e da minha mãe.

— Ei, anjo, calma — Dylan tentou me tranquilizar. — Vai ficar tudo bem, querida. Tudo bem.

Mas eu não tinha certeza se tudo ficaria bem. O medo me consumia.

Quando minha mãe e Marcos entraram, a confiança que ele exibia era quase insuportável. Sua postura era arrogante, como se estivesse no controle da situação, mesmo com os cortes e machucados que o deixavam visivelmente ferido. Dylan já tinha quase matado ele, agora, além de estar à beira da morte, estava coberto de cortes por causa dos vidros.

— SEU FILHO DA PUTA! — Dylan gritou, tentando avançar em direção a ele.

— Dylan, se acalma, pelo amor de Deus! — Segurei sua mão com força, impedindo-o de agir por impulso.

Marcos soltou uma risada sarcástica enquanto minha mãe me olhava com puro ódio.

— Vocês realmente acham que alguém vai acreditar em vocês? — Marcos disse, um sorriso cínico nos lábios.

Respirei fundo e me levantei. Minha voz tremia de raiva e coragem:

— Eu não vou mais ficar calada, Marcos! Você sabe muito bem o que fez comigo, seu nojento!

O delegado Eduard entrou na sala com um ar autoritário.

— Precisamos manter a calma — ele falou. — Estamos aqui para ouvir todos os lados dessa história.

Marcos virou-se para o delegado, desafiador.

— Isso é tudo invenção! Eles estão tentando me prejudicar!

— Verdade! Os dois tentaram matar meu marido! — Minha mãe se posicionou ao lado dele.

— Que tipo de mãe você é? Você é tão nojenta quanto esse verme! — Dylan cuspiu as palavras com desprezo.

Antes que o delegado pudesse intervir, Mirella, os pais do Dylan, Aurora, Maevie, Erick e Pedro invadiram a sala acompanhados por alguns policiais que tentavam contê-los. Foi tudo tão rápido que eu mal consegui processar, apenas fiquei com os olhos arregalados.

— É tudo verdade! — Mirella exclamou.

— Me solta, seu filho da mãe! — Maevie gritou para um policial que tentava segurá-la.

— A Ayla não está mentindo — afirmou o pai do Dylan em tom firme.

— Marcos tentou abusar dela! — Aurora também confirmou.

— Mas o que é isso?! — Minha mãe questionou, perplexa.

— Quem vocês pensam que são?! Não podem simplesmente entrar assim! — Marcos rosnou, visivelmente nervoso.

Desesperada, comecei a chorar. As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu falava entre soluços:

— M-marcos sempre tentou fazer algo comigo. Ele já me t-tocou...

— Isso, amor, continua — Dylan me incentivou suavemente.

Marcos começou a ficar agitado; balançava os pés e olhava nervosamente ao redor. Então sussurrou algo para si mesmo antes de gritar:

— NINGUÉM VAI ME PRENDER, CARALHO! VOCÊS NÃO TEM PROVAS SUFICIENTES!

Nesse momento, meu medo se intensificou a ponto de quase desmaiar. Marcos puxou uma arma da jaqueta. Uma arma. Gritei quando ele a apontou diretamente para mim. Não só para mim, mas para todos ali. Rapidamente, Dylan me agarrou em um abraço protetor.

— M-marcos, o que é isso?! — Minha mãe perguntou completamente assustada.

O pânico tomou conta da sala.

— PARADOS! Se alguém se mexer eu juro que faço isso valer a pena!

Os policiais rapidamente sacaram as armas e tentaram cercar meu padrasto.

— Calma! Não precisamos que essa situação acabe desse jeito. Vamos conversar! — disse o delegado Eduard em um tom firme.

Mas Marcos estava frenético. Ele olhou ao redor e percebeu uma chance de escapar pela porta dos fundos da delegacia. Em um movimento rápido, empurrou um policial próximo e começou a correr.

— ELE ESTÁ FUGINDO! — gritou um dos policiais.

— VAMOS ATRÁS DELE! — Dylan disse para Erick, que assentiu com determinação. — Mirella, cuida da Ayla!

Eu assenti desesperadamente. Não queria que aquele desgraçado fugisse.
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora