Aquele Idiota 2- 15_ Que merda, Ayla

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Dylan

O clima estava estranho, tenso... Desde o encontro da Ayla com a mãe e a Sienna, ela estava diferente. Na verdade, antes disso, já havia algo de errado. Ela estava tão quietinha... Eu a conheço bem demais para não perceber. Algo estava acontecendo e ela não me contava. Porra, ela sempre me contava tudo.

— Anjo, tem certeza de que está tudo bem? — perguntei enquanto ela se trocava para dormir. Sua expressão estava distante, como se sua mente estivesse em outro lugar.

— Sim. Só cansada. — Ela forçou um sorriso, mas não ia me deixar enganar.

Eu já havia notado há dias a mudança no seu comportamento. O celular dela... aquela mudança súbita de expressão quando recebia uma mensagem. Ela estava escondendo algo de mim.

Nunca invadi sua privacidade. Na verdade, eu odeio isso. Mas não suportava a ideia de que algo estivesse machucando a Ayla e eu não soubesse o que era. Era minha obrigação cuidar dela.

Então, enquanto ela dormia profundamente ao meu lado, fiz o impensável. Peguei seu celular, desbloqueando-o com cuidado para não acordá-la. Uma parte de mim queria jogar aquele celular longe e esquecer tudo, mas não podia fazer isso.

E encontrei as malditas mensagens.

"Você acha que está segura, mas estou mais perto do que imagina, filhinha."

"Estou tão perto..."

Eram várias mensagens. Que caralho era isso? Quem estava mandando essas porras de mensagens?

— Que merda, Ayla — murmurei, levantando da cama e tentando processar o que acabara de ler.

Por que ela escondeu isso de mim?

Meu sangue começou a ferver. Eu amo essa mulher mais do que tudo, faria qualquer coisa por ela e ela simplesmente estava me deixando de fora de algo tão grave. Não dava pra aceitar.

Sem pensar muito, fui até a cozinha, tentando respirar e controlar a raiva que crescia dentro de mim. Minhas mãos tremiam de frustração.

Vou matar o filho da puta que estiver mandando essas mensagens pra ela. Eu vou matá-lo! Marcos estava morto, então era impossível ser ele quem estava por trás disso.

Poucos minutos depois, Ayla apareceu com os olhos semiabertos.

— Dylan? O que você está fazendo? — perguntou com a voz suave.

— Eu peguei seu celular. — soltei direto, sem querer esconder o que fiz.

O rosto dela mudou instantaneamente. A expressão dela se transformou em pânico.

— O que?! Por quê?

— Por que você não me contou sobre essas malditas mensagens, Ayla?! — minha voz saiu mais alta do que eu pretendia. Não conseguia controlar.

Ela ficou em silêncio por um momento, o olhar perdido como se estivesse lutando para encontrar as palavras certas.

— Eu... eu só não queria te preocupar — disse finalmente.

— Não queria me preocupar? Sério, porra? — praticamente gritei, passando as mãos pelos cabelos. — Garota, qual é o seu problema? Você está recebendo mensagens ameaçadoras de alguém que parece te conhecer muito bem e acha que esconder isso de mim é uma boa ideia? Como eu não deveria me preocupar?

Ela se aproximou, seus olhos brilhando de ansiedade.

— Dylan, eu só... eu só não queria te colocar no meio disso. Pensei que se resolvesse sozinha, não precisaria te envolver em um problema...

— Em um problema? Ayla, você é tudo pra mim! Como pode pensar que eu não deveria estar envolvido? Eu sou seu namorado, caralho! Eu amo você, faria qualquer coisa por você! — Exclamei, a raiva e a preocupação transparecendo na minha voz.

Ela suspirou, os ombros caindo como se carregasse um peso insuportável.

— Eu sei, eu sei. Mas essas mensagens me apavoram. Não sei quem está por trás disso e não quero que você corra perigo por minha causa.

— Perigo? Estamos nisso juntos, quer você queira ou não. Eu preciso saber de tudo, cacete.

O silêncio entre nós era denso, quase sufocante. Ela olhou para mim com os olhos marejados, e meu coração se partiu ao ver o medo estampado em seu rosto. Mas, porra, esconder isso de mim?

— Eu não queria te machucar, Dylan... — Ela murmurou, a voz tão baixa que mal consegui ouvir.

— Você não me machucou escondendo isso de mim. Você me machucou ao me deixar de fora, ao me excluir. — Minha voz saiu bem mais suave dessa vez, mas a dor ainda estava lá.

Finalmente, as lágrimas escorriam pelo rosto dela como uma torrente incontrolável. Eu me aproximei e a puxei para perto, segurando-a firme contra o meu peito. Ela soluçava suavemente enquanto eu acariciava seus cabelos em um gesto de conforto.

— Meu amor, por favor... Vamos resolver isso juntos. Mas você precisa confiar em mim...

Ela assentiu contra meu peito, ainda soluçando. Ficamos assim por alguns minutos, em silêncio, respirando um no outro e tentando encontrar forças na conexão que compartilhávamos.
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora