45_ A-afasta-se, M-Marcos!

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Ayla

Era bem tarde da noite quando, em um momento de desespero, saí da casa do Dylan sem que ninguém percebesse. Eu sei, é uma hora imprópria, mas precisava descobrir se ele tinha ido à minha casa mais cedo.

Ao chegar, usei a chave para entrar. A sala estava mergulhada em escuridão, e meu coração acelerava com cada passo que eu dava.

Então, encontrei: Marcos. O nojento que eu precisava enfrentar. Tremi ao encará-lo. Ele estava ali, com aquele sorriso repulsivo no rosto. A escuridão tornava difícil ver seus ferimentos, mas parecia que ele havia apanhado feio. Será que Dylan realmente o havia espancado até deixá-lo assim, tentando matá-lo?

— Ficou sabendo o que seu namoradinho filho da puta fez comigo, filhinha? — ele perguntou, se aproximando. Eu recuei instintivamente.

Merda. Sabia que Dylan tinha vindo aqui.

— Você não precisa ter medo de mim... — Marcos disse, sua voz doce como veneno. — Só quero me divertir com você, gostosinha.

O sangue fervia nas minhas veias enquanto ele se aproximava ainda mais. Foi então que vi uma garrafa de bebida na mesinha ao meu lado. Sem pensar duas vezes, agarrei-a e ergui.

— A-afasta-se, M-Marcos! — gritei, a voz trêmula de medo e as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Ele hesitou um instante e soltou uma gargalhada maligna antes de avançar. Num momento de pura adrenalina e coragem desesperada, quebrei a garrafa contra a mesa. O vidro estilhaçou-se em pedaços afiados.

Quando ele se lançou sobre mim, segurei a garrafa quebrada com firmeza.

— N-não se aproxima, porra! — gritei com toda a força que consegui reunir. E num movimento rápido e inesperado, empurrei-o para trás. Não sei onde havia achado essa força.

Ele tropeçou nos cacos de vidro espalhados pelo chão e caiu pesadamente. O impacto ecoou pela sala, seguido pelo grito de dor dele ao se ferir nos estilhaços.

Fiquei paralisada por um momento, observando-o no chão, ofegante e ensanguentado. O medo ainda pulsava dentro de mim, mas agora havia algo novo: a adrenalina da defesa própria.

— Sua cadela imunda! — ele me xingou.

Nesse instante, ouvi passos rápidos descendo as escadas. Minha mãe e Sienna apareceram na porta da sala, seus olhares cheios de desprezo enquanto avaliavam a cena.

— SUA VAGABUNDA! POR QUE FEZ ISSO COM SEU PAI? — minha mãe perguntou incrédula. — Marcos, meu amor, você está bem?!

— VOCÊ É LOUCA, SUA DESGRAÇADA! — Sienna gritou.

— EU APENAS ME DEFENDI!

— MEU DEUS! OLHA O QUE VOCÊ FEZ COM MEU PAI, AYLA! OLHA O ESTADO DELE!

As palavras delas ecoavam na minha mente como um tambor ensurdecedor. Não consegui suportar mais aquela situação. Saí correndo da minha casa e não parei até chegar na casa do Dylan.
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora