AylaEstava sentada no sofá confortável da casa do Dylan, mergulhada nas páginas do meu livro. O cheiro de livro é mó bom! Já se passaram algumas horas desde que todos nós tomamos café da manhã, e a tranquilidade do momento era quase palpável.
De repente, ouvi passos se aproximando. Era Aurora, a adorável avó do Dylan, que se acomodou ao meu lado no sofá, seu olhar curioso fixo em mim.
— Ayla, quem saiu ontem à noite? Foi você ou o Dylan? — A pergunta dela me pegou de surpresa, e arregalei os olhos.
Não queria mentir para ela.
— Fui eu. Fui lá na minha casa rapidinho... — tentei soar casual, mas minha voz tremia um pouco.
— Mas querida, você está maluca? Não pode sair a essa hora! É muito perigoso! — A preocupação dela era evidente, e eu senti um peso na consciência.
— Eu sei, desculpa... — murmurei, olhando para o chão.
— Por que você saiu ontem à noite, Ayla? — A voz de Dylan ecoou da escada enquanto ele descia rapidamente, seus olhos fixos em mim.
Puta merda. Ele escutou.
Antes que eu pudesse articular uma resposta qualquer, a campainha da casa soou estridentemente.
— Quem será? — Aurora questionou, levantando-se para ver.
— Não sei, vou olhar. — Dylan respondeu enquanto caminhava até a porta.
Um policial?
Ele trocou algumas palavras com Dylan e logo entrou na casa. A atmosfera mudou instantaneamente, Aurora parecia confusa e eu também não entendia o que estava acontecendo.
— Desculpe incomodar — disse o policial com uma voz firme e autoritária. — Você é Ayla Rodríguez? — perguntou enquanto me observava atentamente. Assenti com a cabeça, sentindo um frio na barriga. — Preciso falar com você.
Os meus olhos se arregalaram e uma onda de medo tomou conta de mim imediatamente.
— Peraí, como?! — Questionei sem entender.
— Como assim precisa falar com ela?! — Dylan interveio rapidamente, sua expressão agora carregada de preocupação.
— Também quero saber! — Aurora se pronunciou, seu tom de voz tenso.
— Você deve ser o tal Dylan Monroe, né? — O policial dirigiu-se a ele com um olhar sério. — Também preciso falar com você.
— O que?! Meu neto! — Aurora exclamou com uma mistura de medo e raiva.
— Que porra é essa?! — Dylan perguntou sem entender.
O que está acontecendo?! Será que tem a ver com aquele desgraçado do Marcos? Merda.
— O que quer falar com eles?! — Aurora questionou novamente, sua voz agora mais alta e angustiada.
— Estou investigando uma denúncia e preciso levá-los para a delegacia para prestar esclarecimentos. — O policial respondeu de forma direta e impessoal.
— Quem fez essa porra de denúncia? — Dylan disparou, seu tom agora hostil.
— Marcos e Tatiana Rodríguez.
Droga! Eu não estou acreditando que minha própria mãe também está envolvida nisso.
— Porra, eu sabia! — Dylan exclamou. — Você tem noção que esse cara já tentou abusar da Ayla?!
A tensão no ar era intensa. O policial pareceu perder um pouco da paciência diante daquela situação explosiva.
— Olha só, a situação é séria e preciso seguir os procedimentos! — Ele disse firmemente.
— Você não pode levar meu neto! — Aurora gritou descontroladamente.
Nesse momento tumultuado, a mãe de Dylan apareceu descendo as escadas junto com o marido e a filha.
Caramba. Não era pra Hazel ter descido aqui agora.
Olhei nos olhos do Dylan buscando algum tipo de resposta ou consolo. Ele sempre foi meu porto seguro. Ele apertou minha mão com força, fazendo um carinho reconfortante nela enquanto tentava processar tudo aquilo.
— Porra... deixa a Ayla aqui, leva só eu! — Dylan pediu parecendo desesperado.
Lembrando de tudo que Marcos fez comigo, respirei fundo e olhei diretamente para o policial:
— Vamos logo.
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Continua...
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Aquele Idiota
RomanceAyla é uma garota que enfrenta desafios que vão muito além da adolescência. Sob o mesmo teto que sua meia-irmã Sienna e seu padrasto abusivo, Marcos, ela luta diariamente para se proteger de um pesadelo que parece não ter fim. Na escola, Ayla é rotu...