Capítulo 2

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Henrique | Rique 🥵

Me escondi atrás do muro e mirei em um dos caras, respirei fundo e atirei, errei e bufei, já se passava das meia noite e eu já estava aqui desde cinco da tarde, já tava cansadão, sem esperança no bagulho e puto, puto por não conseguir recuperar o morrão do meu pai, puto por não ter vingado ele ainda, mas eu sei que está mais perto do que longe.

Dedé: qual foi pivete, vamo recuar porra. - falou cansado e eu me neguei mas sabia que não poderia pôr a vida dos caras em risco assim.

__ recua essa porra. - falei na linha de frente do radinho e todo mundo foi recuando da favela, quando tava na entrada quase entrando na van sentir uma ardência no braço, olhei puto e tinha levado um tiro, virei puto mirando a arma no cara que tava com um sorrisinho no rosto e só acertei um tiro na sua cabeça que caiu feito bosta, vagabundo.

Formiga: sobe Rique porra. - me puxou e eu entrei na van e saímos escutando eles tentando acertar a van, pode tentar, difícil é conseguir pegar a tropa.

__ porra. - falei sentindo a dor que tava, com certeza o caralho da bala estava alojada dentro do meu braço.

Dedé: tua mãe ainda tá na conferência lá em São Paulo, ou tu pede pra Anne ou a Mari tira. - riu com humor e eu revirei os olhos.

Odiava ter que direcionar minha palavra a Marina, mina chata, insuportável do caralho, de boca fechada ela é linda, mas quando abre a boca, puta que pariu.

Em minutos chegamos no morro da penha e o Dedé foi direto pra boca resolver os b.o dele e eu fui pra casa, quase três da manhã.

Marina: que susto caralho, bater na porta é bom. - falou quando abrir a porta do quarto dela com tudo, uma hora dessa e ela em porra de telefone.

__ tá devendo? - me aproximei e sentei puxando o celular dela da mão dela, mas deu tempo dela travar. - travou essa porra porque? Tava falando com quem caraí? - falei puto e ela levantou se afastando de mim.

Marina: o que você quer hein? Uma hora dessa com estresse na minha mente porra. - falou mudando de assunto.

__ vou nem render nada contigo se ligou? - ela ignorou pegando o celular dela desbloqueando e me entregando, bufei estressado quando vi que ela tava falando com o cuzão do Jota. - mo papo bom vocês dois essa hora né. - joguei o celular dela na cama e fui para meu quarto trancando a porta, tirei minha bermuda junto da cueca e entrei no banheiro ligando o chuveiro na água gelada mesmo, precisava relaxar.

Nem demorei muito por conta da hora, ficar doente é a última coisa que eu quero nesse caralho, sair desligando o chuveiro e a luz do banheiro, coloquei uma bermuda leve sem cueca e peguei as coisas de primeiro socorro indo em direção ao quarto da outra que ainda tava no celular.

__ vou quebrar essa porra pra tu sair desse vício. - falei e ela ignorou. - me ajuda aqui namoral. - ela bloqueou o celular e sentou pegando as coisas.

Por conta da minha mãe ser médica e sempre fazer os bagulhos, ela, as gêmeas e a Clarinha aprendeu a fazer também, hoje só tem ela pra fazer, porque as gêmeas estão lá no Luan e Clarinha aposto que está no décimo sono, só dorme aquela porra.

Ela passou a gaze com álcool e pegou a pinça, colocou no buraco e puxou Rapidão me fazendo grunhir de dor.

__ conseguiu?

Marina: claro né, a mãe tá craque. - brincou e eu rir. - vou só fazer o curativo agora. - assenti e ela ficou fazendo lá e eu pensando e me sentindo fraco pra caralho, mais uma vez fracassei, mais uma vez deixei aquele porra de coronel vencer, será que meu pai está orgulhoso de mim?

Faz tempo que tentamos e nada, a bope é forte pra caralho.

Marina: prontinho gatinho ciumento. - olhei meu braço com curativo e olhei pra ela sério.

__ valeu bebê. - segurei a nuca dela e dei um selinho nela e ela me bateu.

Marina: se meu pai ver você tá fudido, se aqueta homi.

__ a moral é minha nessa porra. - falei e ela entendeu que eu tava me referindo ao jota. - se liga, tu é só minha Marina. - falei olhando nos olhos dela e vi ela se arrepiar, rir negando e dei um beijo na testa dela saindo do quarto e indo para o meu, guardei as coisas no lugar e me joguei na cama mortão.

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