__ cadê o Rique? - perguntei ao vt assim que entrei no carro.
Vt: tá vendo ele aqui? - falou grosso e eu ignorei subindo a blusa da faculdade deixando aparecer a barriga, calor da peste.
Peguei meu celular vendo que o Henrique tinha mandado uma mensagem avisando que o vt que ia vim buscar, já que ele tava de frente a invasão ao morro do alemão, 15 anos depois e ainda não conseguimos o morro do meu pai de volta e nem pegamos o pau no cu do coronel que matou ele, mas vai ficar por isso não pô, já estamos com o plano em prática.
Bufei vendo o trânsito e respondi ele dizendo que já estava a caminho da penha, mesmo sabendo que ele não iria olhar agora.
Vt: tá estressada? - ignorei esse puto e sentir ele pôr a mão na minha coxa, tentei tirar mas ele apertou mais forte me fazendo soltar um gritinho.
__ aí seu puto. - falei e ele riu, ele continuou dirigindo com a mão ali e eu fiquei calada prestando atenção no trânsito do rio de janeiro que é um inferno às cinco horas da tarde. - será que dessa vez conseguimos? - pensei em voz alta sobre o morro do meu pai e ele me olhou de lado, conheci o Vitor quando eu tinha 17 anos e ele 24, de cara fiquei apaixonadinha mas ele é um puto que não serve para namorar e só machucou meu coraçãozinho, hoje em dia eu tenho 26 anos e ele 33, as vezes ficamos, outras não, as vezes queremos nos matar e assim vamos vivendo.
Por conta do coronel que matou meu pai eu preciso viver 24horas por dia com segurança atrás de mim, por que ele tá sempre mandando ameaça, principalmente para a Marina e acabou que o Dedé surtou e não deixa a menina sair do morro pra nada, comigo e com minhas irmãs até tentou mas eu não deixei, ele não é meu pai e foda - se.
Vt: teu coroa colocou os melhores de frente pô. - olhei pra ele na hora que virou a cara sabendo que falou merda.
__ ele não é meu pai Vitor. - falei chateada por esse assunto, ainda sim é um assunto bem complicado pra mim, por minha mãe ter decidido ficar com ele, morar na favela dele, acabou que todo mundo pensa isso, é como se meu pai não tivesse existido e eu fico puta por isso.
Ficamos calados e eu agradeci por isso, depois de um tempo chegamos na favela e na minha casa, graças a Deus eu moro sozinha, não que eu não goste da minha mãe e irmãs, mas quando se tem sua própria casa, sua paz, fica bem melhor.
__ vou tomar banho, quando sair fecha a porta. - falei quando vi ele indo para a cozinha beber água como faz quase todos os dias quando vai me buscar na facul.
Entrei no meu quarto acendendo a luz, joguei minha bolsa na cama e peguei minha camisola que estava pendurada na cabeceira da cama, entrei no banheiro tirando a calça jeans junto com a calcinha e colocando logo no sexto para eu lavar amanhã, tirei a blusa e fiz o mesmo com ela e o sutiã, liguei o chuveiro no gelado mesmo e entrei em baixo sentindo uma paz me atingir, era isso que eu precisava.
Aproveitei logo para lavar meu cabelo, passei meu sabonete íntimo de melancia e sair desligando o chuveiro, me enxuguei na toalha colocando ela pendurada no box do banheiro e me vesti com a camisola, escovei meus dentes e fiz a minha skin care de todos os dias após banho, passei meu gloss de morango só pra me sentir leve mesmo e passei o perfuminho que uso para ficar em casa.
Organizei o que baguncei e sair apagando a luz do banheiro e fiz careta quando vi o outro jogado na minha cama.
__ pensei que ia embora. - falei e me joguei na cama ao lado dele.
Vt: ta pensando demais parceira. - murmurei um uhum, tava sem forças até pra brigar hoje. - foi mal por falar merda cheirosa. - me puxou para deitar no peito dele e eu fui me aconchegando ali.
__ tudo bem preto, já passou. - falei e ele ficou fazendo carinho no meu cabelo e não demorou nada pra eu apagar ali mesmo.
