Capítulo 3

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Jota 👻

__ tô indo mãe. - gritei da escada para que ela escutasse.

Luna: vai com Deus amor, cuidado no caminho Jota. - falou e eu nem respondi só sair de casa indo em direção ao morro do jacaré que é o morro que meu vô Russo comanda, o velhote já tá de idade e mesmo assim que brincar de bandido, vê se pode.

Entrei dentro do carro que meu pai me deu e guei pra lá buscar Ayla e Estela que estão lá faz três dias já, se deixar mora lá, liguei o som do carro e fui ouvindo oruam, moleque é brabo.

Olhei meu celular apitar e aparecer mensagem da loira da minha vida, Marina, pilantra que só sabe brincar com o meu coração, deixei pra ver depois e continuei o caminho, demorou nem dois segundos e ela ligou.

Ligação 📱

__ oii gatinha, bom dia. - coloquei a chamada no viva voz e continuei dirigindo.

Marina: bom dia inho, tá por onde?

__ tô indo buscar as meninas lá no jacaré, qual o b.o?

Marina: nada, queria te ver. - falou manhosa e eu rir, pra Marina admitir algum bagulho é foda, mas quando admite, ganha meu coração valendo.

__ vou tentar ir aí mas tarde, hoje tenho duas crianças para entregar para adoção e depois tô livre. - falei e ela comemorou feliz.

Marina: tá bom, comprei açaí sem glúten pra você, aí podemos maratonar greys anatomys. - fiz careta e concordei mesmo odiando o açaí sem glúten, nem parece açaí real, mas é o que eu posso né.

__ tá bom gatinha, até mas tarde. - ela se despediu e desligou, conheço a Marina desde meus 10 anos e ela 7, de cara fiquei logo apaixonadinho, pensei que iria passar, que seria uma paixão de adolescente, mas com o tempo só aumentou, mas ela nem rende muito por conta do otário do Henrique, foram criados juntos e ela é gamada na dele, então eu nem boto muita fé, só curto ficar com ela e pronto, o que for pra ser vai ser.

Quando completei meus 18 anos fiz um curso de serviço social por que queria muito ajudar as crianças que não tem pais, que ficam jogadas lá pelo morro e acabam entrando para o crime, queria dar uma vida melhor para eles e me formei esse ano, trabalho na ong do meu pai, antes era só uma casa onde ele ajudava as crianças e quando elas crescessem iriam embora, hoje ainda é uma casa, porém muito maior, temos 4 quartos, 2 banheiros, área de lazer, piscina, sala de jogos, biblioteca, sala de estar com direito a televisão com Netflix e os demais streaming, atualmente estamos com 5 crianças lá, hoje duas vão para adoção que faz dois anos que estava em andamento.

Gosto pra caralho do que eu faço, gosto de ver o sorriso no rosto das crianças que antes não tinha uma família e agora tem, é foda ver uma família que lutou a anos atrás de uma criança pra cuidar e amar quando consegue me sinto transbordando de felicidade, me sinto útil.

Estacionei na frente da casa do vô e já vi a anti social lá na frente emburrada, menina chata do caraí.

Desci do carro trancando ele e passei direto, desde pivete foi assim, nunca me bati com Bianca e quando cresceu só piorou, tentei ser amigo e tals, mas ela é muito birrenta, chata pra caraí.

__ o mais gostoso chegou. - entrei no quarto das gêmeas vendo Bea, Ayla e Estela lá.

Bea: o mais feio você quis dizer né. - tirou onda e eu dei um tapinha na testa dela.

__ se eu não vim buscar vocês não voltam né. - cruzei os braços olhando para as sonsas.

Estelinha: aqui tem mais gatinhos.- falou e saiu correndo lá pra sala.

__ fala e fica cuzona. - gritei e meu vô apareceu na porta com uma fuzil atravessada nas costas. - já vai brincar de bandido velhote? - brinquei e ele mandou o dedo pra mim.

Russo: velhote é teu pai aquele feio. - Ayla prontamente abriu a boca pra defender e ele intrometeu. - é feio e pronto Ayla, cala a boca. - todo mundo riu e ele saiu deixando só nós três.

Bea: vai vim para o pagode sobrinho? - falou sobrinho só pra me irritar e eu ignorei essa pilantra, dois anos de diferença só cara, falando sobrinho faz eu me sentir um crianção, tomar no cu. - hein gatinho? - olhei pra ela rindo de lado e vi Ayla saindo pra buscar as coisas dela.

__ não chatinha, vou ficar com a gatinha hoje. - falei e ela fechou a cara me fazendo rir. - deixa de ciúmes besta cara. - puxei ela abraçando.

Bea: ela não gosta de você Jota, você vai acabar se magoando desse jeito. - falou meiga e eu nem rendi sabendo que era verdade, uma hora ou outra alguém sairia fudido dessa história e tá na cara que vai ser eu, mas eu consigo largar? Não, então vou pagar pra ver.

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Jota aí pra vocês 🤍 quem não conhece ele é só ir lá no outro perfil e na outra fic MBFics_

Vou postar a foto de Ayla e Estela lá nos personagens, olhem lá 🤍

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