Capítulo 30

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Marina | Mari ❤️‍🩹

Hoje fazia um mês que meu pai foi morto injustamente, e semana passada minha irmã acordou mas não fui ver ela, fiz minha parte em doar o sangue e trazer ela de volta mas ela já tem a família dela que é a Alana, Thiago e afins.

Graças a Deus arrumei um trabalho em uma lojinha de roupa por aqui na favela mesmo, pedir ao Igão uma casa, até disse que pagaria o aluguel mas ele não quer que eu pague, disse que era minha e que fez isso por meu pai que pediu pra ele cuidar de mim, então eu aceitei.

Minha casinha não era tão grande, tem um quarto, um banheiro, uma sala, cozinha e terraço.

Hoje estava tendo um churrasco na casa do Igão e todos estavam lá, não quis ir e ele entendeu, não tinha o que eu comemorar, um mês sem meu pai, entendo que eles estão feliz por Thiago ter voltado e tudo estar bem, mas eu não estou feliz, eu perdi meu pai, perdi a pessoa que eu mais amava nessa vida.

Sei que tenho que seguir em frente, mas ainda é cedo, não estou acostumada, queria apenas ouvir a voz dele novamente e dizer o quanto eu o amava, pedir perdão por todas as vezes em que fui rebelde e desrespeitei ele.

Funguei enxugando as lágrimas e olhei para meu cachorrinho que estava do meu lado com cara de triste também.

Achei ele no beco da entrada da favela machucado, é um filhote de Pitbull, ele tem problemas na pele por isso alguém o abandonou na entrada da favela e eu digo que ele foi minha salvação, pois no dia em que encontrei ele eu estava perdida, querendo fazer besteira e quando achei ele vi que não valeria a pena.

__ você tá triste Loki? - perguntei e ele latiu balançando o rabo. - não fica triste amor, mamãe tá aqui. - brinquei beijando ele que lambeu meu rosto, rir abraçando ele e ouvir alguém batendo na porta.

Levantei e fui em direção a sala com ele me seguindo.

__ ahh não. - falei assim que abrir a porta e vi o Henrique lá. - quem disse onde eu moro a você? vai embora Henrique. - falei tentando impedir ele de entrar, mas foi em vão já que ele é bem mais forte que eu.

Henrique: só quero conversar com você cara. - Loki rosnou pra ele e eu rir. - você tem um mostro em casa? Segura esse cachorro louco. - falou indo para atrás do sofá e o Loki avançou nele fazendo ele gritar e eu rir.

__ quieto loki, parou agora. - falei e ele sentou ainda rosnando para o Henrique. - para o quarto, bora! - falei e ele foi, o Henrique respirou fundo sentando no sofá, cruzei os braços olhando pra ele.

Henrique: vai oferecer nem uma água cara?

__ vou oferecer uma mãozada na tua cara. - falei puta e ele riu me chamando com a mão, cemicerrei os olhos pra ele mas fui me sentando ao lado dele. - 30 segundos, 30. - falei entre dentes.

Henrique: eu amo você. - falou pela primeira vez na vida e eu rir com humor. - não tô falando isso pra tu me perdoar não, tô falando pra tu ficar ciente que independente de qualquer coisa eu sempre amei você e sempre vou amar, posso ter sido um babaca no começo de tudo mas é você quem eu amo, é você quem eu quero ao meu lado e sei que fui um escroto ao matar o Dedé sem ao menos deixar ele explicar o bagulho e tô aqui de peito aberto pra assumir meu erro, me perdoa nega? - meu coração apertou de um jeito, queria dizer a ele o quanto eu o amo e que o perdôo, mas não foi isso que fiz, apenas fiquei calada olhando para o chão e ele assentiu entendendo como uma resposta, se levantou dando um beijo na minha testa e saiu.

Deitei no sofá me encolhendo e chorando e ouvir as patinhas do luki no corredor correndo e vindo até mim, deitou do meu lado e ficou ouvindo meu choro.

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Vocês perdoariam fácil assim?

Luki ( Filhote de 2 meses )

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