Capítulo 27

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Marina | Mari 😭

Dormi na casa do Jota sempre foi um erro, primeiro que eu caia no Papinho dele e sempre transamos, a noite anterior não foi diferente e pra foder tudo fizemos sem proteção, só faço merda namoral.

Outro motivo é que a casa dele é bem barulhenta, como a maioria é mulher, igual era lá em casa, aí sempre tem gritaria e confusão.

Coloquei o travesseiro no rosto ao ouvir os gritos de Estela com Ayla e ouvir o riso do Jota.

__ ótimo jeito de começar o dia hein. - brinquei e ele riu me puxando, abracei ele e ele beijou minha testa.

Jota: bom dia gatinha da minha vida. - rir para o humor matinal que ele sempre tem, nunca vi acordar feliz, Deus me livre.

Levantamos e ele foi tomar o banho dele, aproveitei para ajeitar a cama, troquei os lençóis que dormimos ontem e coloquei novos, peguei uma blusa dele, meu shorts que eu estava ontem e o sutiã, a calcinha eu enrolei em um pedaço de papel e coloquei em uma sacolinha pequena que tinha ali, entrei no banheiro vendo ele já saindo, tranquei a porta e fui tomar meu banho.

Lavei meu cabelo com o shampoo e condicionador que o Jota me deu, passei um sabonete novo que ele buscou pra mim e escovei meus dentes com uma escova que sempre deixava aqui pra quando eu vinhesse dormi por aqui e o bonitinho graças a Deus guardou.

Desliguei o chuveiro e passei um rodo no box pra não deixar tão molhado já que a Luna não gosta, fechei o boxe e sair me enxugando na toalha, vesti a roupa e enxuguei meu cabelo saindo do banheiro e dando de cara com a tia do Jota que nem me olhou, fiz careta e continuei meu caminho para o quarto dele que tava sentado na cama de cara feia, alguém estressou o bofe.

__ ihh, já te estressaram. - falei e fui em buscar de um pente no guarda roupa dele.

Jota: uma hora dessa da manhã e Bianca querendo comer meu juízo, garota chata. - falou e eu nem rendi assunto, sempre foi assim, eles sempre brigaram, nunca deram certo perto um do outro.

Terminei de pentear o cabelo e ele se aproximou de mim com a cara de sonso dele.

__ me leva lá na favela do tio Igão? - perguntei quando ele me abraçou e ele assentiu. - como está o abrigo?

Eu amava a profissão que ele escolheu seguir e amava as crianças do abrigo, as vezes até ajudava a cuidar delas.

Jota: chegou crianças novas, duas só e duas das antigas foram embora para são Paulo, mas acompanho a adoção ainda, estão bem felizes por lá. - sorriu orgulhoso e eu sorrir também.

__ fico feliz por você estar fazendo o que gosta e por eles estarem feliz, sua felicidade é a minha gatinho. - falei sendo sincera e ele riu beijando minha testa me puxando para fora do quarto.

Realmente ver o Jota feliz me deixava feliz, ele era uma das únicas pessoas que eu amava na vida e sinto que o sentimento é recíproco, ele e o Cauã são meus únicos melhores amigos da vida, com eles me sinto segura e as vezes até sou egoísta em não deixar eles saírem da minha vida pois sei que os dois nutrem sentimentos amorosos por mim, porém eles são as únicas pessoas que conseguem tirar algo bom de mim, tinha o meu pai também, mas enfim.

Saímos de casa sem falar com ninguém pois tava uma gritaria lá e aposto que depois a Luna vai comer meu rabo por não ter falado com ela.

Fomos de carro ouvindo Filipe Ret, meu amor.

Rapidinho chegamos, hoje por incrível que pareça o rio de janeiro estava sem trânsito, acho que é por conta do horário.

Vi um movimento estranho no morro e já fiquei na ativa, não aguentaria mais tragédia.

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