Henrique| Rique 🥵
Ver a Marina de tão perto depois de tudo que rolou era estranho, sentia um bagulho dentro do peito, uma vontade de proteger ela de mim mesmo mas como eu iria fazer isso? Ela estava diferente, não tinha mais o brilho radiante que sempre teve, parecia triste e cansada, o olhar pedindo socorro mas sempre com um sorriso no rosto, queria chegar nela e dizer que sinto muito, sinto por ter matado o pai dela, sinto por ter fodido o relacionamento dela, por ter me afastado e por não arcar com minhas responsabilidades, mas algo me prendia longe dela e eu não sabia que caralho tinha que fazer.
Estela: por que você não vai lá e acaba logo com essa agonia? - falou comendo do meu lado, rir nervoso negando com a cabeça.
A real é que a Estela chegou no momento em que eu mais precisava de um ombro amigo, Clara sempre foi isso pra mim, mas quando o assunto é a Marina é foda, porque ela é minha irmã e deveria ficar do meu lado, mas sempre defende Marina como se fosse a irmã dela e aí eu fico puto e acabo me afastando.
__ ela tá me matando só com o olhar, imagina se eu chego perto. - falei e ela gargalhou fazendo todo mundo olhar pra gente. - fica queta filha da puta. - ela botou a mão na boca rindo baixo.
Estela: você é um frouxo, eu vou lá. - levantou e saiu andando até a Marina, namoral que mina doida do caralho, ela falou alguma coisa pra Marina que olhou pra ela e olhou pra mim bufando subindo as escadas que dava na laje. - agora é contigo amigão. - bateu no meu braço e eu arregalei os olhos. - deixa de ser frouxo e vai lá conversar com a menina e não trata ela mal hein. - apontou e eu levantei respirando fundo indo atrás da Marina na laje, encontrei ela deitada em uma espreguiçadeira que tem aqui para se bronzear, deitei em outra do lado e ficamos em silêncio olhando para o céu.
Queria falar tanta coisa mas nada saía, estiquei a mão pegando na dela que nem se moveu para tirar.
__ desculpa ma. - falei baixinho ainda olhando para o céu. - fui um otário de não ter ido atrás para resolver sobre a criança, fui otário quando fui atrás de você e estraguei tudo que você tinha com o Jota, fui otário por ter matado o Dedé por nada e isso tá me matando por dentro, não consigo ser a mesma pessoa de antes depois que matei ele. - meus olhos arderam anunciando que eu iria chorar, ela me olhou e ela também tava chorando.
Marina: você é a mesma pessoa de sempre Henrique, você não é culpado sozinho na história do Jota, eu quis né? Só me magoou você agir como se eu fosse uma qualquer depois de ter transado comigo e conseguir o que queria que era me afastar do Jota, em questão do meu pai acho que já conversamos sobre isso e se eu tivesse magoada mesmo eu teria deixado você morrer, então por favor não fala mais sobre isso. - enxuguei as lágrimas dela e ela riu fraco pegando minha mão e pondo na barriga dela pequena com um volumezinho no pé da barriga. - não rejeita essa criança Henrique, você sabe como é ruim crescer sem o pai, não precisa ficar comigo ou algo do tipo só tô pedindo para você amar e cuidar da criança. - falou e ela tinha razão, a criança não tinha culpa de nada, eu não poderia rejeitar.
__ não entende mal o que vou te perguntar, mas você tem certeza que é meu? - ela riu pelo nariz como se não tivesse acreditando que eu tinha falado aquilo.
Marina: eu tenho certeza que é seu Henrique, mas se você tiver alguma dúvida podemos fazer o DNA quando a criança nascer ou até o exame que dar pra ver na barriga mesmo. - falou meio rígida e eu neguei com a cabeça ficando calado.
Ficamos ali em silêncio olhando para as estrelas no céu e minha mão continuava na barriga dela, eu não sabia ao certo qual sensação tava sentindo, mas era foda, um frio na barriga do caralho e tinha muita coisa pra falar pra ela mas não conseguia falar nada, talvez eu goste dela, mas será que ela ainda gosta de mim? Depois de tudo que eu fiz?
Vi ela levantar e levantei também.
__ vai descer?
Marina: vou sim, vou pra casa já. - falou ajeitando a roupa dela e eu queria pedir para ela ficar, mas tava foda essa situação que estávamos, nunca tínhamos ficado dessa forma, parece que tem que andar em cascas de ovos, que a qualquer momento um vai surtar com o outro e não era isso que eu queria.
Assenti e puxei ela, passei meus braços ao redor da cintura dela e encaixei meu rosto no pescoço dela, ela respirou fundo e passou os braços por meu pescoço me abraçando.
__ desculpa mesmo gatinha. - falei no ouvido dela e ela riu me dando um beijo na bochecha, fiz careta querendo um beijo de verdade mas nem falei nada.
Marina: tá tudo bem Henrique. - falou me soltando. - semana que vem tem consulta, se você quiser ir é só falar comigo no whatsapp, vou descer, xau. - falou e nem deixou eu responder só desceu e eu bufei por não ter beijado ela, mas o que eu queria?
Marina parece que mudou sei lá, antes quando eu fazia merda e pedia desculpa, ela aceitava de boa e já ficava comigo, hoje foi diferente, parece mais madura, cansada desse nosso rolo, não sei.
Meti a mão no bolso pegando um cigarro de maconha e acendi dando um trago, só assim para amenizar a porra da mente.
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A pedidos viu, Eae acham que Marina vai render fácil pra ele?