Capítulo 42

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Marina | Mari 🤍

A conversa com o Henrique até que foi legal, mas ainda sim eu estava com o pé atrás, como falei para ele, não foi só ele quem errou na história com o Jota, a questão do meu pai eu queria muito sentir raiva, ódio ou o que fosse por ele, mas não consigo, mas o que pegou mesmo foi ele ter ido até minha casa, ter me provocado e eu ter cedido mas aí depois ele agiu como se eu fosse uma qualquer, depois quando descobriu minha grávidez não veio atrás e nem fez questão de nada, então o que mais me magoou foi isso, foi ver que a pessoa que eu imaginava que ele fosse, ele não é.

A festa na casa de Igão tava massa mas eu estava morta e só queria dormi, mal descobri a criança e já estou assim, imagina quando eu estiver com 7/8 meses, só Jesus.

Olhei em volta procurando o Igão com os olhos e ele tava em uma rodinha junto do Thiago, Russo e barão, revirei os olhos indo até eles.

__ já tô indo tá? - falei com o Igão que me olhou puto. - que foi, tô cansadona pô. - falei.

Igão: amanhã vamos descer para cabo frio, tu vai? - neguei na hora, Deus me livre, uma casa com um monte de pessoas, barulho, não dar. - vai sim, eu hein, ta parecendo uma velha, vamos amanhã e voltar na segunda pô, sem estresse dois dias só. - falou sem me deixar escolha.

__ tu é chatão né, amanhã tu me liga de manhã para eu cuidar e me busca?

Barão: o único carro que tem vaga é o meu, então eu te busco. - se intrometeu e eu olhei pra ele procurando a intimidade que tínhamos. - se quiser pagar 200 conto no Uber é contigo e a sorte. - revirei os olhos.

__ então amanhã você me busca barão. - falei me dando por vencida. - boa noite galerinha. - ia saindo mas o Thiago me chamou e eu virei olhando pra ele.

Thiago: vai sozinha uma hora dessa? É meia noite já Marina. - reclamou.

__ não tem perigo pô, a favela ta movimentada por conta do natal.

Barão: vou descer pra casa também, aproveito e te dou uma carona, vamo? - olhei pra ele cemirrando os olhos. - vai andando então otária. - fez toque com os caras e saiu, bufei me despedindo do povo e fui atrás vendo ele me esperar na frente de um carro.

__ eu sou uma dama, então abra a porta do carro para mim. - brinquei e ele mandou dedo mas abriu, rir entrando e por um instante olhei para a laje da casa do Igão vendo o Henrique por lá fumando e olhando pra nós dois sem reação nenhuma, desviei o olhar e o Barão entrou no carro, indo em direção a minha casa que por algum motivo ele sabia onde era.

Nem demorou muito e logo chegamos lá, quando ia descer ele travou as portas.

__ tá doido?

Barão: qual foi pô, tem um restaurante mo bom lá na pista aberto hoje, tem certeza que tu quer dormi?

Rir, isso era um convite para sair?

__ isso é um convite?

Ele deu de ombros e eu rir pensando se valia a pena mesmo, mas o que é um peido pra quem já tá na merda não é?

__ vamos. - ele riu de lado e ligou o carro indo em direção a saída do morro, coloquei o cinto vendo que esse homem dirigindo é um inferno, corre pra caralho.

O tanto que ele correu fez a gente chegar rapidinho no restaurante que tava um pouco cheio, pegamos uma mesa no cantinho do restaurante de frente para o mar e porra aquilo me ganhou.

Barão: tu gosta de camarão?

__ amo, com vinho então. - sorrir mas fiz careta ao lembrar da minha grávidez. - sem vinho, só camarão. - ele riu da minha cara porque não podia tomar e pediu uma taça de vinho pra ele, fiz cara feia pra ele que continuou rindo.

Barão: qual foi, tu não pode, eu posso. - brincou. - mas aí me fala mais sobre tu. - puxou assunto e eu nem sabia o que falar muito, minha vida é só desgraça e olhe que só tenho 17 anos.

__ nem tem muito o que falar cara, não sou cria de favela, nasci lá na sul, mas quando minha mãe faleceu tive que ir morar com meu pai e o resto tu sabe. - ele riu. - e você, sempre foi direto no que quer? - joguei verde.

Barão: ah cara, nessa vida que eu levo eu não deixo nada pra depois não, se eu tô afim de fazer algo eu vou lá e faço tá ligada? Quando te vi naquela sala defendendo aquele cuzão lá te achei mo besta por fazer isso, mas cada um sabe o que fazer né não? - rir assentindo. - te achei mo besta e não queria papo por não ter deixado rolar o que era pra rolar, mas aí hoje quando tu chegou chamando atenção de geral na festa, fiquei afim de trocar um papo, te conhecer melhor e quem sabe trocar umas salivas pô. - botei a mão no rosto com vergonha rindo. - então não perdi tempo né, não sei se amanhã vou estar vivo, então nunca deixo para amanhã o que eu posso fazer hoje. - assenti com vergonha e ele riu de mim dizendo que eu tava igual um tomate, ficamos conversando até chegar nosso pedido e enfim eu comer aquele camarão delicioso, que até eu comer eu não sabia que queria, mas depois que eu comi, puta que pariu viu.

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Gostaram do barão?

Marina & barão?

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Marina & Henrique?

Hablem

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