Capítulo 24

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Marina | Mari 🤍

Ver ele ali bem na minha frente me fez lembrar de todos os momentos que passamos juntos seja como amigos ou algo a mais, porém eu sou muito orgulhosa para ir lá e falar com ele, vi ele sorrindo com uma das gêmeas que é tia dele na mesa tomando sorvete e me fez querer perguntar se aquele sorvete é sem glúten, se ele estava bem e como estava sendo a vida dele durante esses meses que passaram, mas não fui e não vou, ele surtou atoa comigo, sempre deixei claro que não queria ir além com ele, que era só amizade e por besteira ele simplesmente parou de falar comigo, mas a vida é assim né?

Cauã: quer um balde irmã? - debochou e eu dei um tapa nele.

__ namoral, tu é chatão puta que pariu. - falei me levantando e saindo de perto dele, fui em direção a sorveteria atraindo olhares, e nem precisei olhar para saber que um deles era do Jota, revirei os olhos continuando meu caminho.

__ oii, boa noite. - falei com o atendente. - quero um sorvete cascão de chocolate com menta. - peguei o dinheiro e olhei para atrás pra ver se o outro chatão ia querer, mas ele nem tava lá, então só paguei o meu e sair indo de volta ao meu banquinho na praça, olhei em volta procurando o Cauã e nada dele, aposto que tá atrás de nega por aí.

Fiquei lá na minha comendo meu belo sorvete quando sentir o cheiro do perfume do Jota, levantei a cabeça e ele tava parado na minha frente de braços cruzados, um gato da porra.

Fiquei olhando para ele e ele olhando para mim, uma troca de olhares por segundos até ele bufar e sentar do meu lado, continuei na minha e ele colocou a mão na minha perna.

__ mão gelada da porra. - resmunguei.

Jota: tu que é quente, parece que fica no sol toda hora. - resmungou também e eu dei de ombros terminando meu sorvete e ele continuou ali calado com a mão na minha perna, olhei para a mesa que ele estava com a tia dele e ela não estava mais ali.

__ acabou o encontro? - não me aguentei e perguntei.

Jota: que encontro maluca? - pagou de doido e eu dei de ombros, era estranho estar ao lado dele depois de tanto tempo, queria falar várias coisas, mas não conseguia falar nada, estranho demais. - fiquei sabendo do acontecido, sinto muito beh. - falou me olhando mas não olhei de volta, falar sobre isso ainda mexia comigo, e era só falar que eu chorava, e eu odiava chorar na frente das pessoas.

__ não quero falar sobre isso Jota. - tentei falar normal, mas saiu rude, vi ele assenti e levantar, olhei para ele. - já vai?

Jota: já pô, só queria falar que sinto muito de verdade.

Assenti e ele se virou para sair, me xinguei mentalmente por não conseguir falar o quanto sinto falta dele, engoli o orgulho e resolvi falar.

__ sinto sua falta. - falei baixinho e ele virou novamente para me olhar, cruzou os braços e cemicerrou os olhos. - sem gracinha namoral. - falei antes dele fazer alguma graça e ele levantou as mãos em rendição, me puxou pelo braço e me abraçou.

Respirei fundo abraçando de volta e me sentindo segura, ele era o meu porto seguro, o meu melhor amigo, com quem eu sabia que podia contar, porém ele queria algo que eu não podia entregar a ele, não sinto o mesmo que ele, o amo, mas de outra forma e sei que é difícil pra caralho pra ele, ficar do lado de uma pessoa que você ama, sem poder se relacionar porque a outra pessoa não sente o mesmo é foda, e eu passei na pele por isso, mas queria ele ao meu lado como meu amigo e não iria abrir mão disso, só por conta do sentimento dele.

Posso estar sendo egoísta, mas ele que lute.

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Gostam da amizade da Marina e jota?

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