5-A arte de sobrevivêr com estranhos:dicas de convivência forçada

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Petal se levantou e estendeu a mão para Rebeca, com um leve sorriso que contrastava com a intensidade de seus olhos escuros.

- Venha. Vou lhe mostrar o lugar, - disse ela em um tom gentil, mas firme. - E também as pessoas que agora fazem parte da sua nova realidade.

Ainda confusa e insegura, Rebeca aceitou a mão de Petal e seguiu seus passos suaves pelo corredor iluminado apenas por candelabros. A casa era grande, com paredes adornadas por retratos e tapeçarias antigas que pareciam carregar histórias. Cada detalhe ali emanava um ar de mistério, mas ao mesmo tempo, uma certa familiaridade.

Assim que entraram numa sala ampla com um lustre imponente, Rebeca viu que outras figuras estavam à sua espera. No centro, com uma postura imponente, estava Viktor, o mesmo homem que a marcara na noite anterior. Ele era moreno, de pele levemente bronzeada e olhos penetrantes. Ao lado dele, uma mulher de cabelos escuros com uma franja impecável observava Rebeca com um olhar avaliador.

Petal soltou a mão de Rebeca e, com um pequeno sorriso, fez um gesto para ela se aproximar.

- Este é o nosso clã, Rebeca. E agora, de certa forma... você faz parte dele.

Rebeca olhou para todos, sentindo-se subitamente exposta. O olhar de Viktor era intenso, mas acolhedor. Já a mulher ao lado dele parecia estudar Rebeca com um misto de curiosidade e cautela. Ela era asiática, de pele pálida como porcelana, e seus olhos castanhos profundos brilhavam com uma calma que parecia quase desafiadora.

- Meu nome é Mei, - disse a mulher, sua voz baixa e suave. Ela inclinou levemente a cabeça, mas não chegou a sorrir. - E você está diante do nosso clã. Espero que entenda o peso disso.

A formalidade de Mei pegou Rebeca desprevenida, mas antes que pudesse responder, Petal interveio com um sorriso ligeiramente tenso.

- Mei, - começou Petal, em um tom controlado. - Rebeca está apenas começando a entender o que significa estar aqui. Ela precisa de apoio, não de advertências.

Mei levantou uma sobrancelha, cruzando os braços. Um leve sorriso se formou no canto de sua boca, e ela lançou um olhar de implicância para Petal.

- Só estou dizendo a verdade, Petal. Não temos espaço para erros por aqui. Você, mais do que ninguém, sabe disso.

Petal suspirou, mas antes que pudesse responder, um dos wolfkins deu um passo à frente. Ele era alto, com ombros largos e um sorriso travesso. Seus cabelos escuros estavam ligeiramente despenteados, e ele tinha o tipo de postura de alguém que não se leva muito a sério.

- Acho que Mei está com o humor habitual hoje, - disse ele, piscando para Rebeca. - Eu sou Marcus. Não se preocupe, nem todos somos tão... formais. - Ele lançou um olhar divertido para Mei, que apenas revirou os olhos.

- Marcus, o palhaço, - disse uma voz feminina, com um tom de irritação. Era Ellie, a única mulher entre os wolfkins, que mantinha os braços cruzados e uma expressão séria. - Ignore ele, Rebeca. Alguém aqui precisa lembrar que você está entrando em um mundo perigoso.

Rebeca olhou para Ellie e depois para Marcus, sentindo que ambos pareciam duas forças opostas. Marcus tinha um ar descontraído, enquanto Ellie exibia um foco quase militar.

Marked by ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora