23- Camas e conjurações: dor fantasma?

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O treino havia sido intenso, e Rebeca se sentia um pouco mais confiante com a espada em mãos. No entanto, no meio de um intervalo, enquanto ela se recostava em uma das paredes da sala de treino, um súbito e agudo desconforto a atingiu, como se uma faca invisível tivesse penetrado em seu estômago.

Ela fechou os olhos por um momento, tentando ignorar a dor. Mas, em vez de desaparecer, a sensação aumentou, fazendo-a morder os lábios e contrair-se involuntariamente.

— O que foi isso? — Jinn perguntou, percebendo a mudança em sua expressão.

— Você está bem, Rebeca? — Marcus se aproximou, seu tom preocupado contrastando com sua energia habitual.

Rebeca balançou a cabeça, mas a dor era tão intensa que ela não conseguiu responder imediatamente. A sensação parecia estranha e distante, como se não fosse totalmente real, mas ainda assim tão intensa que a fez sentir-se frágil.

— É só uma dor… eu… — começou ela, mas a frase morreu em sua garganta. Era mais do que uma dor física; havia algo perturbador e inexplicável por trás disso.

— Venha, vamos para o quarto — sugeriu Jinn, percebendo que a situação era mais séria do que aparentava. — Você precisa descansar.

— Não posso, ainda não terminei o treino — Rebeca protestou, sua voz trêmula.

Marcus colocou uma mão em seu ombro, um gesto tranquilizador.

— Não importa o quanto você queira continuar, Rebeca. Se não está se sentindo bem, não deve continuar

— Nós estaremos aqui para te ajudar, mas você precisa relaxar um pouco — completou Jinn, seu olhar sincero e preocupado.

Rebeca lutou contra a dor, mas a sensação de fraqueza começava a se infiltrar em seu corpo. Finalmente, concordou, forçando um sorriso que não alcançou seus olhos.

— Tudo bem, eu vou descansar um pouco. Mas não quero que vocês parem de treinar por minha causa.

Marcus riu levemente, mas o som foi interrompido pela expressão séria de Jinn.

— A única coisa que vamos fazer é garantir que você esteja bem. Vamos, você pode nos contar sobre sua experiência mais tarde.

Rebeca se levantou com dificuldade, os meninos a ajudando a caminhar lentamente. A dor ainda estava lá, mas a presença deles a confortava de alguma forma, mesmo enquanto o desconforto persistia.

Eles a levaram até seu quarto, onde ela se deixou cair na cama, exausta. A dor continuava a pulsar, mas ao menos agora estava em um lugar familiar

— Descanso até o jantar — disse Marcus, sorrindo para ela enquanto se dirigia para a porta. — E se precisar de algo, é só gritar.

— Sim, qualquer coisa. Estaremos aqui para você — acrescentou Jinn, sua voz suave.

Assim que os dois saíram, Rebeca se permitiu fechar os olhos. Embora a dor ainda estivesse presente, o calor e a preocupação que eles haviam mostrado a ajudaram a relaxar um pouco. Com o tempo, a dor começou a se dissipar, e a jovem esperou que isso não fosse um sinal de que algo estava errado.

Mas o que realmente a incomodava era a sensação de que essa dor estava ligada a algo maior, algo que ela ainda não compreendia completamente.

Marked by ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora