28 - camas e conjurações

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O coração de Rebeca batia descompassado enquanto segurava Petal em seus braços. A fragilidade da amiga contrastava com a força que ela havia demonstrado momentos antes, e a expressão de dor agora se transformara em uma serenidade inquietante. Mei, ao lado de Rebeca, começou a verificar os sinais vitais de Petal, sua mente claramente lutando para equilibrar a preocupação com a necessidade de agir.

— Ela está apenas exausta, mas precisamos trazê-la de volta — disse Mei, sua voz tensa. O ambiente estava pesado, como se o ar estivesse saturado de ansiedade. Rebeca sentia um aperto no peito ao perceber que Petal, sempre tão forte, agora dependia deles.

— O que podemos fazer? — perguntou Rebeca, sua voz quase um sussurro, enquanto seus olhos se moviam entre Petal e Viktor, que tentava se levantar da cama, seus movimentos ainda pesados, mas a determinação brilhando em seus olhos.

Viktor, mesmo ainda se recuperando, tentou se apoiar em uma das mãos. — Não a deixem sozinha. — As palavras dele saíram em um tom firme, mas carregado de preocupação. — Petal sempre foi a mais forte entre nós, mas isso também a torna vulnerável. Ela precisa de nós agora.

Rebeca assentiu, a determinação tomando conta dela. — Vamos fazer o que for preciso. — Ela olhou para Mei, que agora se preparava para conjurar um feitiço, mas Rebeca sentiu que isso não era o que Petal precisava neste momento.

— Não, Mei — disse Rebeca, decidida. — Petal precisa de descanso. Se a forçarmos a se recuperar agora, ela não vai aguentar.

Mei hesitou, mas a verdade nas palavras de Rebeca era inegável. O rosto de Petal estava pálido e cansado, e qualquer esforço adicional poderia ser prejudicial.

— Você está certa. — Mei concordou, olhando para Petal com tristeza. — Ela precisa de tempo.

Viktor, percebendo a gravidade da situação, fez um esforço para se levantar mais uma vez. — Precisamos fazer com que ela se sinta segura e confortável. A última coisa que precisamos agora é que ela se preocupe conosco.

— Vamos levá-la para um lugar onde possa descansar. — Rebeca sugeriu, sua voz cheia de compaixão.

Com cuidado, elas levantaram Petal, que parecia leve como uma pluma, e a levaram para uma cama na sala ao lado, onde poderiam deixá-la descansar em um ambiente tranquilo. Rebeca se certificou de que o espaço estava calmo, com as cortinas levemente fechadas para filtrar a luz do sol.

Assim que colocaram Petal na cama, Viktor se aproximou, seus olhos cheios de preocupação. — Você precisa se recuperar, Petal. Não posso perder a minha irmã.

Petal abriu os olhos, ainda marejados pela exaustão, e, mesmo lutando para se manter alerta, sorriu fracamente. — Eu não vou a lugar nenhum… não agora. — Ela murmurou, tentando reassumir um ar de bravura.

— Descansar é a melhor coisa que você pode fazer agora. — Mei disse, acariciando suavemente a mão de Petal. — Deixe-nos cuidar de você.

— Isso mesmo, Petal. Você é uma parte vital de todos nós. — Rebeca completou, olhando profundamente nos olhos da amiga. — Precisamos de você saudável e forte.

Petal assentiu lentamente, fechando os olhos novamente, e a tensão no ar parecia diminuir à medida que a calma se instalava. O silêncio que se seguiu era reconfortante, e todos sabiam que estavam unidos nessa batalha.

Enquanto Petal se entregava ao descanso, Rebeca e Viktor se sentaram ao lado da cama, mantendo vigilância sobre a amiga. O peso da responsabilidade ainda estava presente, mas havia uma nova esperança, uma força que os unia.


Marked by ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora