Rebeca observou Marcus de longe, suas mãos gesticulando de forma exagerada enquanto ele contava uma história. O jeito como ele se movia, com uma energia contagiante, fazia com que até mesmo os feridos não conseguissem resistir a um sorriso. Ela notou que os outros wolfkins se aproximavam, rindo e trocando provocações, como se os ferimentos não existissem, pelo menos por aquele momento. A cena era um lembrete do que significava ter um clã - um grupo que se apoiava, não importando as circunstâncias.A curiosidade de Rebeca a impulsionou a descer e se juntar a eles. Ela queria entender mais sobre aquele mundo que agora começava a fazer parte. Assim que abriu a porta e saiu do quarto, foi saudada por uma brisa fresca que entrava pela janela, trazendo o aroma das flores que brotavam no jardim.
- Olha quem apareceu! - exclamou Marcus, ao perceber a presença de Rebeca. - A humana finalmente decidiu se juntar a nós.
- Não estava a fim de ser só uma espectadora, sabe? - respondeu ela, aproximando-se do grupo.
Ellie estava ao lado de Marcus, rindo com um brilho nos olhos.
- Você não vai acreditar no que aconteceu - disse Ellie, puxando Rebeca para mais perto. - Durante a nossa última "discussão" com os vampiros sobre o território leste, Marcus decidiu que era uma boa ideia fazer uma dança de guerra.
- Dança de guerra? - Rebeca arqueou uma sobrancelha, olhando para Marcus, que estava com um sorriso travesso nos lábios.
- É isso mesmo! - confirmou Marcus, colocando as mãos na cintura de forma dramática. - A dança era tão impressionante que eles nem tiveram coragem de continuar a briga!
O grupo caiu na risada, e até Dante, que normalmente era mais reservado, deixou escapar um sorriso.
- Você realmente deveria ter visto - disse Dante, inclinando-se para Rebeca. - Eu achei que íamos ser atacados a qualquer momento, mas a dança do Marcus simplesmente nos salvou.
- Eu não tenho certeza se a palavra 'salvou' se aplica - Mei interveio, seu tom divertido revelando que ela também estava se divertindo. - O que realmente aconteceu foi que eles ficaram tão perplexos que esqueceram a briga por um tempo.
Rebeca riu com eles, o clima descontraído a envolvendo. Sentia-se mais leve, como se os problemas que tinha carregado até ali estivessem se dissipando aos poucos.
Do lado de fora, a noite se aprofundava e as estrelas começavam a brilhar. Contudo, a alegria foi interrompida por uma voz suave, mas firme.
- Isso é tudo muito divertido, mas precisamos lembrar que temos feridos aqui e não podemos nos distrair por muito tempo - Petal disse, aparecendo na entrada do jardim, com uma expressão que misturava seriedade e preocupação. Seus longos cabelos castanhos ondulados balançavam suavemente enquanto ela se aproximava, sua presença imponente trazendo um ar de autoridade.
Os wolfkins se calaram, o clima leve se dissipando rapidamente. Petal continuou, olhando diretamente para Marcus.
- Agora, é hora de cuidar dos machucados. Eu não vou ficar repetindo isso. Precisamos de você em condições, e para isso precisam deixar eu terminar de curar vocês
Marcus fez uma careta, mas logo sorriu de volta, sabendo que Petal estava apenas se preocupando com eles.
- Está bem, chefe - ele disse, levantando as mãos em rendição, o tom brincalhão retornando. - Vou me comportar e deixar a dança para depois.
Petal revirou os olhos, mas não pôde evitar um pequeno sorriso.
- Ótimo. Agora, quem está pronto para um pouco de magia de cura?
Os outros wolfkins começaram a se mover, formando um círculo ao redor de Petal, que se preparava para usar seus poderes. Rebeca observou a cena com admiração, percebendo como a bruxa era respeitada e amada. Era um lembrete de que, mesmo em meio à diversão, havia responsabilidade e cuidado.
Enquanto Petal se concentrava, as vozes e risadas foram substituídas pelo silêncio respeitoso. A magia de cura começou a fluir, envolvendo os wolfkins com uma luz suave e calorosa. Rebeca se sentiu atraída pela cena, ciente de que, além das brincadeiras e piadas, havia um profundo vínculo entre eles que a fortalecia e a fazia sentir-se cada vez mais parte daquele mundo.
Quando a cura foi concluída, Petal olhou para Rebeca, seus olhos transmitindo uma mistura de encorajamento e compreensão.
- Estamos todos juntos nisso. Nunca se esqueça disso - ela disse suavemente.
Rebeca sorriu, sentindo-se mais conectada com o grupo, mesmo sabendo que era diferente deles.
- Eu sei. Obrigada.
Enquanto a noite avançava e as conversas fluíam novamente, ela se sentia mais em casa entre eles.
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Marked by Shadow
FantasyApós ouvir rumores sobre um bar misterioso onde as sombras da sociedade se reúnem, a destemida jornalista Rebeca segue sua curiosidade até o coração do French Quarter, em Nova Orleans. Lá, ela cruza o caminho de Viktor, um vampiro enigmático com uma...