No dia seguinte, após o treino matinal com Ellie e Jinn, Rebeca sentia-se revigorada. O ar fresco da manhã ainda permeava a mansão, trazendo consigo o aroma das flores que floresciam no jardim. Enquanto se preparava para o dia, uma leve ansiedade crescia em seu estômago. O treinamento de etiqueta a aguardava, e a ideia de se sentar ao lado de Mei, a vampira que adorava provocar, não era das mais confortáveis.
Logo, Dante apareceu à porta, seu sorriso iluminando o ambiente.
— Rebeca! — ele chamou, gesticulando para que ela se aproximasse. — Está pronta para o treinamento de etiqueta?
Rebeca assentiu, um pouco nervosa, mas curiosa sobre o que a aguardava.
— É melhor você ir logo. — Dante disse, levando-a pelos corredores da mansão. — As meninas já estão lá te esperando.
Dante começou a explicar a importância da etiqueta no submundo, enquanto caminhavam. A voz dele era firme, mas cheia de uma camaradagem amigável que a acalmava.
— Vamos nos reunir em um espaço reservado. Ter a perspectiva de uma bruxa e de um vampiro será extremamente útil para você.
Ao chegarem, Rebeca avistou Mei e Petal em um espaço decorado com tapes e móveis de madeira escura. Mei estava reclinada em uma cadeira, com um olhar divertido, enquanto Petal parecia mais séria, mas acolhedora.
— Olha quem chegou! — Mei exclamou, levantando-se com um sorriso travesso. — A nova noiva do clã. Espero que você esteja pronta para os desafios que vem pela frente, Rebeca.
— Muito engraçada, Mei. A última coisa que preciso é de piadas. — Rebeca respondeu, tentando manter a compostura.
— Não leve a mal, Rebeca. — Petal interveio, com um tom mais suave. — Mei só quer que você esteja preparada para o que está por vir.
— Claro, porque ser uma noiva é tão fácil. E você não vai querer parecer uma ingênua na festa, não é? — Mei disse, cruzando os braços com um olhar provocativo.
— Eu não sou ingênua! — Rebeca protestou, tentando não deixar a provocação de Mei afetá-la.
Dante começou a explicar as nuances da etiqueta vampírica, enquanto Mei aproveitava cada chance para cutucar Rebeca.
— Então, Rebeca, se alguém te oferecer um brinde, você deve sempre olhar nos olhos da pessoa. Isso é fundamental para mostrar respeito. — Petal começou a explicar.
— Exceto se a pessoa for chata, claro. — Mei interrompeu, soltando uma risadinha. — Porque, honestamente, se você não consegue manter um brinde interessante, o que mais pode fazer?
Rebeca não conseguiu conter um sorriso nervoso. — Certo, olho nos olhos. E quanto aos wolfkins,vão ter muitos deles também né?
— Ah sim, eles costumam ser mais diretos, mas não se engane, eles também têm suas maneiras. — Mei continuou, desfrutando da provocação. — O que não quer dizer que você pode tratá-los como crianças, mesmo que alguns deles sejam bem imaturos.
— Ei! — Dante protestou, lançando um olhar desaprovador para Mei. — Vamos focar, ok?
— Focar? Mas onde está a diversão nisso? — Mei disse, com um brilho malicioso nos olhos. — Rebeca, você não vai se deixar intimidar, vai? Eu aposto que você vai se sair muito bem em fazer os vampiros caírem a seus pés.
Petal lançou um olhar de reprovação para Mei, mas a diversão estava evidente em seus olhos. Elas se entreolharam rapidamente, e Rebeca percebeu que havia um entendimento oculto entre elas, apesar da provocação.
O treinamento continuou, com Petal explicando as tradições vampíricas e as sutilezas do comportamento social, enquanto Mei não perdia uma oportunidade de provocar.
— E se você esbarrar em alguém e derrubar um copo de sangue, o que você faz? — Mei perguntou com um sorriso divertido. — Se você realmente se importar, eu sugiro que você apenas faça uma dança. Pode resolver o problema.
— Uma dança? — Rebeca disse, confusa. — Isso não faz sentido.
— É claro que faz! É tudo sobre como deixar a situação leve e divertida. — Mei estava claramente se divertindo à custa de Rebeca. — Mas, cuidado. Você pode acabar dançando com o ex da sua sogra.
— É, porque ex-vampiros são sempre a primeira escolha — Rebeca retrucou, ganhando coragem. — E eu sou bem capaz de me defender, você sabe.
Dante, percebendo que a conversa estava se desviando, interveio. — Voltando ao que Petal estava dizendo sobre posturas…
Rebeca se esforçou para absorver tudo. Ela sabia que, com o passar do tempo, a dinâmica entre elas se tornaria cada vez mais complexa e que haveria mais do que apenas provocações.
Quando a aula terminou, Rebeca se sentiu um pouco mais confiante, mas ainda assim nervosa com a festa que se aproximava. Mei e Petal se aproximaram, ainda rindo sobre a conversa.
— Olha, não se preocupe muito, Rebeca. Você se sairá bem — Petal disse, sua voz calorosa e reconfortante.
— E se precisar de um toque especial, estou sempre aqui para te ajudar. — Mei acrescentou, com um brilho travesso nos olhos, enquanto cruzava os braços, como se realmente se importasse.
Rebeca sorriu, percebendo que, mesmo com as provocações, havia um espaço de compreensão entre elas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Marked by Shadow
FantasiApós ouvir rumores sobre um bar misterioso onde as sombras da sociedade se reúnem, a destemida jornalista Rebeca segue sua curiosidade até o coração do French Quarter, em Nova Orleans. Lá, ela cruza o caminho de Viktor, um vampiro enigmático com uma...