Marked by Shadow

31- como impressionar vampiros: dicas de última hora

Conforme o jantar avançava, as conversas giravam em torno de histórias de cada um, mas Mei, sempre a provocadora, não demorou a voltar sua atenção para Rebeca. A vampira se recostou na cadeira, observando a humana com um brilho malicioso nos olhos.

— Sabe, Rebeca — começou Mei, sua voz carregada de um tom provocativo —, agora que você está se juntando a nós, é bom pensar em como você vai se sair perto de vampiros. Este não é um lugar para qualquer um, você sabe. Eles têm… certas expectativas.

Rebeca ergueu uma sobrancelha, um desafio visível em seu olhar. O ambiente ao redor da mesa parecia entrar em silêncio momentâneo, todos os olhares se voltando para a troca iminente.

— Expectativas? Como, exatamente? — perguntou Rebeca, com uma confiança crescente que disfarçava um leve nervosismo. Ela não queria parecer insegura diante daquela audiência.

— Ah, é simples. Vampiros são conhecidos por sua… natureza intensa — Mei continuou, um sorriso provocativo se formando em seus lábios. — Eles não se contentam com pouco, especialmente quando se trata de noivas. Já pensou em como você vai se apresentar a todos? Ou em como deve se comportar? — Ela inclinou-se um pouco para a frente, os olhos brilhando como se estivesse observando um espetáculo. — Não vai querer dar a impressão de que é uma qualquer, não é? A primeira impressão é tudo.

Os outros membros da mesa assistiam com atenção, um misto de diversão e expectativa em seus rostos. Marcus, especialmente, estava ansioso para ver como Rebeca responderia à provocação.

— Eu posso me comportar, obrigada. E não sou uma qualquer, só para constar — Rebeca rebateu, firme, tentando manter a compostura. — Eu sou uma jornalista. Tenho experiência em ambientes hostis. — Embora sua voz estivesse confiante, uma parte dela não podia deixar de se perguntar o que realmente esperava encontrar ao se apresentar ao clã de vampiros.

— Uma jornalista, claro. Mas essa é a sua vida anterior — Mei disse, sem cerimônia. — A nova vida que você está começando aqui tem suas próprias regras. O que você vai fazer quando um vampiro mais… experiente, decidir se aproximar de você? Sabe, alguns têm interesses peculiares.

Rebeca sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas se esforçou para não deixar transparecer. Em vez disso, ela respondeu com um sorriso desafiador.

— Então, vou me certificar de que eles não se esqueçam de quem eu sou.

Mas antes que Mei pudesse continuar com suas provocações, Petal interveio, seu tom gentil e firme ecoando no ambiente.

— Mei, isso é suficiente — ela disse, um olhar de advertência na direção da vampira. — Você sabe que não precisa provocar Rebeca dessa maneira. Todos nós temos nossos medos, e você não precisa aumentar a pressão.

Mei, que havia se preparado para mais um comentário cortante, hesitou um instante, mas rapidamente se recompôs. Ela olhou para Petal com uma expressão que misturava desdém e um toque de entendimento.

— Tudo bem, Petal. Apenas estava me divertindo. — Ela deu de ombros, mas o brilho de desafio ainda estava presente em seu olhar. — Rebeca, no entanto, precisa se preparar. Este lugar não é fácil, e não quero que você se sinta despreparada. — Mei inclinou-se para frente novamente, mas agora com um tom mais sério. — Afinal, vampiros são intrigantes, mas também podem ser bastante… exigentes.

A tensão na mesa permaneceu, mas Petal, percebendo a necessidade de suavizar o clima, tomou a palavra novamente.

— A verdade é que todos nós, de algum modo, tivemos que nos adaptar a esse mundo. Rebeca, você não está sozinha nisso — Petal disse, com um sorriso encorajador. — Vou te ajudar a se preparar para a festa

A intervenção de Petal trouxe um sopro de alívio para Rebeca, que agora podia ver o lado solidário da situação. Mei, ainda de braços cruzados, observou, mas sem o tom provocativo de antes. A noite continuou, com mais risos e histórias, mas a lembrança da provocação de Mei pairava no ar, um lembrete da intensidade do mundo em que Rebeca estava entrando.