7- A arte de sobrevivêr com estranhos: dicas de convivência forçada

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Ellie, com seu olhar sério, interveio no momento em que a conversa começava a se dispersar.

- Almoço, pessoal! - anunciou ela, sua voz autoritária ecoando pela sala. - É hora de nos reunirmos e alimentarmos nossos estômagos.

Marcus fez uma expressão exagerada de entusiasmo.

- Finalmente! Não sei quanto a vocês, mas eu estava quase morrendo de fome.

Mei revirou os olhos, mas um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

- Espero que você não tenha planejado um banquete de carne crua, Marcus.

- O que eu puder encontrar, - respondeu ele, piscando. - Melhor se for fresco!

Rebeca seguiu o grupo em direção à sala de jantar, o aroma delicioso da comida preenchendo o ar. A mesa era longa, repleta de pratos variados, que refletiam a diversidade das preferências do clã. Ela se sentou entre Marcus e Finn, enquanto Ellie ocupava o outro lado.

- Então, Rebeca, - começou Finn, enquanto se servia, - você já ouviu os outros mencionarem que somos wolfkins. Alguma ideia do que isso significa?

Rebeca franziu a testa, um pouco confusa.

- Wolfkins? Isso é diferente de lobisomens?

Dante, que estava ao lado de Ellie, explicou pacientemente.

- Sim, há uma diferença. Os lobisomens são geralmente conhecidos por se transformarem à luz da lua cheia, e sua mudança é muitas vezes mais incontrolável. Nós, wolfkins, temos a habilidade de nos transformar a qualquer momento, e conseguimos controlar nossa forma e instintos.

Ellie acrescentou, seu tom sério não diminuindo.

- E não somos apenas criaturas da noite. Nós mantemos um equilíbrio entre o lado humano e o lado animal, enquanto os lobisomens tendem a perder um pouco da sua humanidade durante a transformação.

Rebeca escutou atentamente, tentando entender as nuances entre as duas entidades.

- Então, vocês têm mais controle sobre suas transformações?

Marcus balançou a cabeça, animado.

- Exatamente! Podemos escolher quando e como nos transformar. Isso nos dá uma vantagem em situações perigosas. Não é tão simples quanto parece, mas temos nossa forma de trabalhar.

Viktor, que até então apenas observava, finalmente se manifestou, mas se restringiu a elogiar a explicação.

- E é uma habilidade muito útil, especialmente quando precisamos lidar com situações inesperadas.

Rebeca olhou para os wolfkins, sentindo uma mistura de admiração e curiosidade.

- É fascinante. E por que vocês preferem ser chamados de wolfkins, então?

Dante deu um sorriso enigmático.

- Porque, para nós, é mais do que apenas a transformação. É uma questão de identidade e comunidade. Ser wolfkin é sobre o vínculo que compartilhamos, sobre como lutamos juntos e nos protegemos. Não somos apenas criaturas; somos um clã.

Rebeca sentiu uma onda de calor. Essa ideia de clã, de pertencimento, era exatamente o que ela precisava naquele momento.

Ellie, percebendo o brilho nos olhos de Rebeca, acrescentou:

- E estamos aqui para te apoiar nessa jornada, Rebeca. Cada um de nós tem seu papel, e, agora, você faz parte disso.

Mei deu um leve sorriso, embora sua expressão permanecesse um tanto reservada.

- E isso é apenas o começo. Este mundo é vasto e cheio de mistérios. Você vai descobrir muito mais.

Com o almoço servido, as conversas fluiram entre risadas e histórias, e Rebeca se sentiu mais próxima daquela nova família do que nunca.

Marked by ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora