. Viktor estava diante do espelho, ajustando a gravata preta que combinava perfeitamente com seu terno bem cortado. Ele era a imagem da elegância: seus cabelos morenos estavam perfeitamente arrumados, e sua pele levemente bronzeada brilhava sob a luz suave. O olhar confiante em seus olhos castanhos era envolvente.
Enquanto ele se preparava, a porta se abriu e Rebeca entrou no quarto. O impacto foi quase palpável. Ela estava deslumbrante em um vestido de seda azul profundo que realçava suas curvas e contrastava com sua pele pálida. Os cabelos ruivos caíam em ondas suaves, emoldurando seu rosto delicado, e os olhos âmbar brilhavam com uma mistura de nervosismo e empolgação. O vestido dançava ao redor de suas pernas enquanto ela se movia, dando a impressão de que cada passo dela era cuidadosamente coreografado.
Viktor se virou, sua expressão suavizando ao ver Rebeca.
— Você está absolutamente deslumbrante — disse ele, um sorriso genuíno se espalhando pelo rosto. — Não consigo decidir o que é mais impressionante, seu vestido ou a forma como você o ilumina.
Ela sorriu, um leve rubor tingindo suas bochechas. A sinceridade de Viktor a deixou sem palavras por um momento, enquanto seu olhar profundo a envolvia em um calor reconfortante. Ele deu um passo à frente, a distância entre eles diminuindo.
— Apenas se lembre de que, ao seu lado, a concorrência é feroz — ele brincou, piscando para ela. — Você vai deixar todos nós com inveja esta noite.
Rebeca riu, sentindo-se mais à vontade com o elogio. Era um momento íntimo, cheio de promessas não ditas, que pairava no ar antes do tumulto da festa.
Quando a hora de descer chegou, Viktor tomou a frente, estendendo a mão para Rebeca. A sensação do toque dele era eletrizante e, apesar de todo o nervosismo, ela se sentia um pouco mais segura ao seu lado. Ele lhe lançou um sorriso tranquilizador enquanto caminhavam em direção às escadas que levavam ao salão.
A música suave começou a tocar, e as luzes bruxuleantes refletiam nos lustres de cristal, criando uma atmosfera mágica. Quando Rebeca avistou o salão, seus olhos se arregalaram. Os convidados já estavam lá, uma mistura eclética de wolfkins, vampiros e outros seres sobrenaturais. Ela não podia deixar de notar a elegância e o ar de mistério que cercavam cada um deles.
Assim que desceram os últimos degraus, um silêncio respeitoso se instalou, e todos os olhares se voltaram para eles. O coração de Rebeca disparou enquanto Viktor a apresentava.
— Senhores e senhoras, permitam-me apresentar minha noiva, Rebeca — ele anunciou com uma voz poderosa, e um murmúrio percorreu a multidão.
Rebeca não pôde evitar, e em um impulso, exclamou, alto o suficiente para que apenas Viktor ouvisse: — Isso parece aqueles bailes de Bridgerton!
O salão estava em silêncio, mas Viktor soltou uma risada baixa, sem desviar o olhar dela. Ele se inclinou um pouco mais perto e respondeu em tom brincalhão, mas suave: — Se você tivesse um vestido de época, talvez pudesse fazer uma entrada digna de uma série de TV.
Mei, ao lado deles, levantou uma sobrancelha, provocando com seu tom sarcástico: — Ah, Rebeca, se você quiser, posso pedir ao meu designer para fazer um vestido em estilo Regency. A sua estreia na alta sociedade do submundo precisa de um toque especial!
Petal se juntou à brincadeira. — E eu posso ser a sua dama de honra, se você prometer não deixar o Viktor muito tempo longe de mim!
A atmosfera estava leve e divertida, com os wolfkins e vampiros trocando olhares enquanto conversavam sobre a nova adição ao clã. Dante, com seu jeito calmo, estava ao lado, admirando a interação.
— Olha só! Você já está fazendo amigos — ele comentou com um sorriso. — É mais fácil do que você pensava, certo?
Rebeca sorriu nervosamente. — Um pouco mais fácil do que eu esperava, sim.
Logo, alguns wolfkins começaram a se aproximar, entre eles Marcus, que parecia ansioso para fazer uma entrada triunfante.
— A noiva dos Nightborne! — ele exclamou, dando um passo à frente. — Espero que você esteja pronta para o melhor baile de todos os tempos. E cuidado com o Viktor — ele fez uma pausa dramática —, ele pode tentar dançar um tango ao invés de uma valsa!
Mei interveio, rindo. — Cuidado, Rebeca! Ele não sabe a diferença!
A conversa se desenrolou enquanto Rebeca começou a relaxar, notando que os vampiros se moviam com uma graça quase sobrenatural e que os wolfkins eram mais extrovertidos do que ela imaginava. Um grupo de videntes estava em um canto, murmurando uns com os outros, lançando olhares curiosos em sua direção, mas a maioria dos convidados estava se divertindo.
A festa tomou vida com conversas, risadas e música, e Rebeca percebeu que, apesar do que poderia ter sido uma experiência intimidante, estava se divertindo. Ela se virou para Viktor, que a observava com um sorriso satisfeito.
— Você tem certeza de que não estou parecendo uma estranha? — ela perguntou, a insegurança ainda um pouco presente.
— Você está perfeita, Rebeca — ele disse com sinceridade, inclinando-se um pouco mais perto dela. — E eu tenho certeza de que todos aqui concordam.
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Marked by Shadow
FantasyApós ouvir rumores sobre um bar misterioso onde as sombras da sociedade se reúnem, a destemida jornalista Rebeca segue sua curiosidade até o coração do French Quarter, em Nova Orleans. Lá, ela cruza o caminho de Viktor, um vampiro enigmático com uma...