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Amigas(os), eu sei que tinha dito que o capítulo anterior demoraria um pouco para sair, mas acabei conseguindo escrever, e, bem... sou ansiosa.

Este bônus se passa algumas horas antes do Pablo descobrir que a Aurora estava grávida. E o próximo será a continuação da visão do Gavi em relação a gravidez.

Agora um beijão e boa leitura.

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Alice Menezes

Pago a minha enorme mala que trouxe do Brasil, eu tinha comprado outras duas aqui, já que eu estou voltando pra lá com mais coisas que o necessário. Daqui a dois dias estarei voltando para Recife.

Suspiro profundamente, tentando organizar as emoções que me cercam. Começo a organizar algumas coisas na mala. Barcelona foi um capítulo intenso na minha vida, cheio de experiências, aprendizados e pessoas que marcaram meu coração. Agora, a ideia de voltar para Recife me traz um misto de ansiedade e nostalgia.

Enquanto dobro as roupas e encaixo os últimos objetos na mala, minha mente insiste em voltar para Balde. Nunca imaginei que alguém como ele, com aquele sorriso sincero e jeito protetor, acabaria se machucando tanto. Aurora era a última pessoa que eu esperava que o magoasse desse jeito.

— Como ela pôde ser tão burra? — murmuro para mim mesma, mais como uma forma de desabafar do que esperando uma resposta.

Lembro-me das vezes que saímos todos juntos: eu, Emma, Esther, Aurora e Balde. Ele sempre foi aquele que segurava as pontas quando as coisas desandavam, o mediador nas brigas e o amigo fiel em todos os momentos.

Balde é do tipo que não merecia isso.

D

esvio o pensamento para Emma e Esther, minha amiga inseparável e a amiga que fiz aqui em Barcelona. Ambas já sabem que estou voltando, e as despedidas prometem ser cheias de lágrimas.

Escuto a campainha tocar e caminho até lá, ao abrir me deparo com Aurora que tinha os olhos meio vermelhos, a mochila que ela provavelmente leva pra faculdade e um papel nas mãos.

— As meninas estão na faculdade, acho melhor você voltar outra hora.
— digo seca, pronta para fechar a porta, mas ela impede.

— É com você que eu preciso falar. — ela diz, me fazendo suspirar fundo.

— Eu não quero brigar, por favor, Aurora.— digo cansada. Eu tenho muita coisa para organizar.

Ela me olha atentamente e com os lábios trêmulos, responde:

— É sério, Alice.

Cruzo os braços, hesitando. Aurora não é do tipo que aparece assim sem avisar, especialmente depois de tudo o que aconteceu. Seus olhos vermelhos e a postura tensa me deixam desconfortável, mas algo no tom de voz dela me faz parar e ouvir.

— Tudo bem. — Respiro fundo e abro mais a porta, permitindo que ela entre. — Fala logo, então. Mas seja rápida.

Aurora entra com passos hesitantes, segurando aquele papel com força, como se fosse a coisa mais importante do mundo. Fecho a porta atrás dela e a sigo até a sala, onde ela senta no sofá, parecendo ainda mais vulnerável. Eu me sento de frente para ela, mantendo minha postura defensiva.

— O que é tão urgente que não podia esperar? — pergunto, tentando controlar o tom seco.

Ela respira fundo, claramente tentando segurar as lágrimas, e estende o papel para mim. Pego o objeto com cautela, parece um exame médico e leio tudo com calma, mas quando leio a palavra "Grávida", me levanto abruptamente.

Milagres do Futebol // Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora