𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐

033

Eram exatamente 3 horas da manhã. Dulce ainda dormia nos braços de Christopher , tranquilamente, sem ter idéia que estava preocupando seus pais. Um barulho, do nada surgiu. Eram tiros. Muitos tiros que fizeram Dulce acordar bastante assustada, quase pulando na cama.

- Dulce , Dulce ! - Chris , acordou junto.

As mãos de Dulce tremiam, e ela, numa tentativa de se proteger, abraçou forte Christopher .

- Hey, calma viu... - ele dizia baixinho. - Tá tudo bem... Tudo bem. Eu tô aqui com você. Não precisa ter medo de nada.

Por fim, o celular de Christopher tocou. Ele não desgrudou de Dulce , mas ainda assim atendeu.

- Alô? Caio?! Ah sim... ah, são ou inimigos. Tudo bem. Eu tô indo para aí agora. Falou!

Ouvir aquilo, fez o coração de Dulce acelerar mais ainda.

- QUE? VOCÊ VAI LÁ FORA? OLHA QUANTO TIRO ESTÁ DANDO. - berrou Dulce , de preocupação, ao ver que Chris já havia pegado duas armas e munições.

- Eu preciso ir meu amor. Não vai acontecer nada, eu juro. - ele ia saindo, carregando as duas armas.

- Chris por favor não vá, eu não quero ficar aqui sozinha. Eu não quero perder você.

- Amor, amor... - Chris novamente se aproximou. - Fica aqui dentro, ok? Eu peço a um dos meus amigos para te fazer companhia, mas eu tenho que ir. Não posso largar essa luta.

- Chris ... - Dulce o abraçou muito forte. Olhou pra uma parede, onde havia uma foto de Christopher , e ao lado um terço. Ela se afastou, beijou várias vezes o terço, e e o colocou no pescoço dele. Como se fosse um cordão. E por último, lhe deu um beijo.

Após isso, Chris saiu, trancando a porta por fora. Sem ter o que fazer, para ajudar ou proteger seu amado, ela fez a única coisa que restava. Se ajoelhou em frente a cama e começou a rezar.

- Sei que erro, que não cumpro meus deveres de cristã. Sei que estou escondendo uma coisa séria para meus pais, mas por favor Deus... Não deixe que nada de mal aconteça a ele. Não o tire de mim. Ele é o motivo de eu me sentir bem, o motivo de eu sorrir, então, em nome do seu filho Jesus, eu te peço que não leve o Chris. Por trás do traficante, existe uma pessoa boa, que eu espero um dia, construir uma família. Não te peço mais nada, apenas que ele volte bem. - suspirou. - Amém.

Sem se dar conta da hora e nada mais, ela ficou olhando fixamente para a porta. Não esperava a hora de Christopher voltar. E ficou assim... Por 20 minutos. Não se ouvia mais tiro algum. Até que por fim, ouviu um barulho de chaves, a porta se abriu. Era Christopher . Ela correu para abraça-lo. E quando finalmente percebeu que ele estava bem, olhou para o céu e pensou: "Obrigado, Deus!"

- Meu anjo. - ele lhe deu um selinho. E foi se sentar, puxando ela pro seu colo.

- Aqui é sempre assim? - Dulce perguntou enquanto alisava o rosto de Christopher .

- Não. Eram bandidos de outra facção. Queriam dominar o morro.

- E o que aconteceu?

- Sem opção, foram embora.

Dulce novamente o abraçou, suspirou e deitou a cabeça no ombro dele.

- Calma, já acabou viu... - ele disse, tentando comforta-la.

- Tive tanto medo de te perder.

- Como disse meu pai uma vez, se referindo a mim... "Vaso ruim, não quebra!"

- Não... - ela fez que não com a cabeça. - Você, apesar de estar nesse mundo do crime, não é uma pessoa ruim.

- Apenas você e minha mãe pensam assim. Por isso amo tanto vocês.

Dulce sorriu.

- Que horas são?

Chris olhou no relógio.

- Hmmm, 3 e meia da manhã.

- QUE? - Dulce berrou de susto. - Ai meus pais vão me matar.

- Nós dormimos, sem perceber. Não se preocupe, talvez eles possam estar trabalhando.

- É, tomara que sim. - Dulce ajeitou o cabelo e pegou seu celular.

- Vamos, eu te levo.

Em 10 minutos, Dulce havia chegado em casa. Pegou o elevador na esperança que seus pais estivessem mesmo trabalhando. Colocou a mão na maçaneta e abriu a porta.

- Dulce ! - Blanca exclamou e correu para abraçar sua filha.

- Dulce , onde você estava? - questionou Fernando .

- Eu fui fazer um trabalho e acabei dormindo na casa da minha colega.

- Graças a Deus você chegou. - Blanca suspirava aliviada.

- Mas você está bem? - perguntou seu pai.

- Estou, estou pai. Quando vi que era tarde, vim pra cá imediatamente.

- Que sufoco. Da próxima vez, ligue, ou deixe o telefone ligado pelo menos. - reprimia Fernando .

- Tá, tá, tá. Eu estou bem. Calma. Aff.

Os três, com bastante sono, foram logo para o quarto. Já que sua filha estava em casa, podiam dormir mais tranquilos.