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A vida de estudante para Dulce, havia acabado. Não acabado para sempre, pois ainda faltava a faculdade, no que ela teria que pensar depois por causa de sua filha. Estava com 7 meses, sua barriga já era bem visível e grande. Sofia era agitada e se mexia bastante. Com a conclusão do ensino médio, ela poderia ter mais tempo para ajeitar sua vida, com calma e saber onde ligar os pontos, e era isso que queria fazer. Não falava com seu pai a meses, e ele fazia parecer que não ligava para isso, mas no fundo, ligava.

Com Christopher, tudo estava começando a andar novamente. Ele ainda estava preso, para sua infelicidade, mas começava a superar e aceitar a "morte" de Dulce, mesmo sabendo que jamais esqueceria aquele anjo que havia caído em sua vida.

Era uma tarde de sábado, ele estava sentado no pátio, tomando Sol, como faziam todos os dias. Olhava em volta da cadeira, dos altos muros e concluía que uma fuga, seria totalmente impossível de ser realizada.

Caio jogava futebol numa quadra improvisada com os outros presos. Christopher era um tanto anti-social em relação a isso. Preferia ficar na dele, bem quieto.

Um carcereiro se aproximou de Christopher e lhe disse:

- Você tem visita.

- Eu? Mas eu não posso receber visitas, tem certeza?

- Você é Christopher, Uckermann? Correto?

- Ahm... sim. - respondeu desconfiado.

- Então é você mesmo.

- E quem é?

- Se você ir na sala de visitas, saberá. Eu não conheço, oras. - resmungou o carcereiro.

Christopher por um instante, pensou em ignorar. Achou que era um advogado, dizendo que seu habeas corpus havia sido negado pela justiça. Mas em outro, pensou ser algo importante e decidiu ir ver.

Foi caminhando pelos corredores escuros e frios, até chegar na sala de visita, onde estava apenas um homem. De terno e com uma mala grande na mão, ele estava de costas e batucava os dedos em cima da mesa. Christopher franziu a testa. Aquele tic nervoso ele conhecia muito bem. Era seu pai.

- Victor? - perguntou se aproximando do pai, que virou imediatamente.

- Christopher! - respondeu, olhando para o filho, misturando sua frustração e alegria por ver ele.

- O-o que faz aqui?

- Eu vim te ver, saber como está...

- Hum... - suspirou com um olhar desconfiado. - Estou bem, eu acho...

- Se está com saúde, está bem. Mesmo mostrando estar fisicamente um pouco mais magro.

- É. Por ai. Mas como conseguiu me ver?

- Ai... - soltou uma risada fraca. - Você não sabe como sou influente nessa cidade? Quem negaria uma permissão dessas a mim?

- É né... se você diz. E a mamãe? Por quê não a trouxe?

- A permissão, foi concedida apenas a mim, infelizmente. Mas sua mãe está bem. Com muitas saudades suas.

- Também sinto saudades dela. - sorriu bobo, ao lembrar de sua mãe.

- Imagino... - concordou. - E então? Saindo daqui, você tomará jeito?

- Rum... - pensou. - Talvez.

- Talvez? Será que nada disso te fez tomar jeito?

- Não sei, pai... que coisa. Aquele é o meu mundo.

- Não, o seu mundo é totalmente diferente. Você é meu filho e não permitirei que volte para essa vida.

Com o frio na barriga, Christopher encarou o pai. Não acreditava que havia ouvido aquilo. A anos não era chamado assim.

- Me chamou de filho? - na dúvida de ter ouvido errado, perguntou.

- E não é o que você é? Meu filho...

- Mas você me odeia.

- Na verdade, eu nunca odiei você. Só achei que estava te educando da maneira como fui educado... só que o resultado, foi outro.

- Entendo... você realmente nunca quis dizer aquelas coisas?

- Óbvio que não, mas disse. E isso não te matou.

- O que não me mata, me deixa mais forte... - comentou Christopher.

- Exato. Eu não sei se um dia você poderá me perdoar mas... - antes de terminar, Christopher puxou e deu um forte abraço no pai, mostrando que tudo estava no passado. Que eles iriam recomeçar, assim que Christopher saísse dali.

- Esquece disso, pai... esquece.

- Tudo bem, filho. - afirmou com a cabeça. - Vamos esquecer.

Christopher sorriu, Victor sorriu. Felizes por estarem em paz.

- Pai... e.. a família da Du...

- Licença, o horário de visitas encerrou. - interrompeu o guarda.

- Aff... - mostrou-se decepcionado.

- Eu tentarei voltar. - o pai disse. - Ah... nessa mala, tem algumas coisas para você. - disse,passando a mala para Christopher.

- Obrigado, Pai. Dá um abraço na mamãe.

- Darei.

O guarda acompanhou o Sr. Victor até a saída. Christopher foi para a cela, e se deitou. Não quis ver o que havia dentro da mala. Apenas foi para outra dimensão e sonhou com Dulce e sua filha. Nos sonhos, era o único momento onde ele podia te-las.

GENTE MOMENTO FOFO ENTRE PAI E FILHO!!

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora