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Não havia palavras que descreviam o que Christopher estava sentindo. O alívio e emoção de saber que sua futura esposa estava viva, e esperando por ele, ainda por cima cuidando de sua filha. Tinha tudo o que queria, aliás, quase tudo. A festa tinha acabado fazia uma hora. As empregadas limpavam tudo enquanto a família estava reunída na sala de estar. Victor, Christopher, Dulce, Alexandra, Blanca e Sofia conversavam:

- Então, feliz por estar finalmente livre, meu filho? - Victor perguntou.

- Com certeza, pai. Ficar preso é realmente muito chato.

- Eu imagino. Espero que isso te tenha caído como uma lição.

- Sim, pai. Assim que eu voltar para o pavão-pavãozinho, tomarei mais cuidado, prometo.

Todos olharam meios chocados e decepcionados para Christopher.

- Amor, você pensa em voltar? - Dulce perguntou chocada.

- É claro. - Christopher acariciava o cabelo de Sofia, que havia adormecido em seu colo.

- Mas amor. Pensei que isso tinha sido uma lição para você.

- Eu também achei. Fiz de tudo para te soltarem antes dos 10 anos da pena, mas tinha em mente que você ia se recuperar. - comentou Blanca.

- Ah, Blanca, eu agradeço imensamente. Serei eternamente grato por tudo isso, de verdade. Mas... aquela é minha vida.

- Amor, eu não acredito que estou ouvindo isso de você.

- E por quê não? - perguntou Christopher.

Dulce apenas balançou a cabeça negativamente.

- Eu também não acredito, filho. - Alexandra comentou, discordando totalmente daquele absurdo.

- Por que vocês não querem me aceitar? - ele questionou.

- Querido, - Blanca começou. - Antes você era solteiro, não falava com seu pai, não tinha uma filha. Mas e agora? Você está pra casar com minha filha, é pai de uma garotinha que precisa de você. Além disso, a amizade sua e do seu pai voltou. E sua mãe? Vale a pena deixa-la com o coração na mão? Você é jovem, esquece esse passado, não vale a pena. Além disso, deixe o pavão-pavãozinho em paz. A favela foi pacificada, então... não há mais motivos para você recuperar aquilo.

Christopher parou para pensar em tudo, e sua sogra realmente tinha razão. Não valia a pena. E nem valeria algum dia. Aquela era sua vida, com sua noiva. E além de tudo, ele era responsável agora, por outra vida. Sua missão naquele momento não era recuperar seu espaço na favela, e sim fazer Dulce feliz e educar sua filha, para que um dia ela se torne uma mulher honesta e feliz.

- Você tem razão, Blanca. - Christopher finalmente concordou, sorrindo de felicidade. - Tudo o que eu preciso, está bem aqui comigo. - disse olhando para Dulce e Sofia.

Todos sorriram aliviados por conta daquela decisão. Era o melhor, sem dúvidas.

Após alguns minutos, havia chegado a hora de ir embora. Christopher achou que teria que ir para a casa de Blanca, mas estava enganado.

- Pronto para conhecer nossa casa? - Dulce perguntou animada, enquanto colocava o casado por cima de Sofia, que ainda dormia no colo do pai.

- Mas eu já conheço sua casa, amor...

Dulce riu e balançou negativamente a cabeça.

- Me mudei. Virei mulher, tive uma filha. Nem rolava ficar morando na casa dos meus pais né?

- Faz sentido. - Christopher riu. - E... ahm, seu pai?

- Bom, meu pai foi afastado do cargo de delegado, por conta da ficha suja que tinha. Eu falo com eles as vezes. Agora ele passa o dia em casa, mais tranquilo, só fica lendo o dia todo.

- Hum... entendi. - suspirou.

Dulce, Christopher e Sofia foram para a casa. O condomínio onde ela vivia, era um luxuoso, de frente para a praia. Christopher adorou quando notou que o apartamento tinha vista para praia.

Ao chegarem, Christopher observou cada detalhe da casa. Em cima da mesa de centro, várias fotos de sua Sofia, bem novinha ainda, e se encantou por cada uma delas. Dulce lhe entregou um álbum de fotos, onde havia desde o nascimento até seus 4 anos. Ela pegou Sofia depois e a levou para o quarto, a colocou na cama, cobriu e ascendeu o abajur, pois sua pequena não gostava de dormir com as luzes apagadas.

Vestiu uma camisola e voltou para a sala, encontrando Christopher ainda sorrindo feito pai babão nas fotos da filha.

- Cara, eu adorei essa foto. - ele disse, olhando Dulce se aproximar.

- Eu acho ela muito parecida contigo. - respondeu sentando no colo do amado.

- Não diga isso, ela é um anjinho.

- Você também é um anjo. Um anjo que já vacilou muitas vezes, mas... -riu. - Continua sendo um anjo.

- Hahaha, engraçadinha. Se eu fosse realmente um anjo, não estaria pensando numa coisa agora.

Dulce sorriu sapeca e perguntou, já sabendo a resposta.

- Hummm, e que coisa?

- Vamos para o quarto que eu te mostro.

Dulce mordeu os lábios. Necessitava daquilo, e com toda certeza do mundo, Christopher também. O puxou e beijou, e foram caminhando aos beijos para o quarto, esbarrando de leve em algumas paredes.

Ao entrarem no quarto, Christopher olhou Dulce de cima a baixo e elogiou:

- Nada abalou esse corpo, acho até que a gravidez da Sofia te deu mais curvas.

- Não foi bem isso... academia também ajudou. - revelou Dulce.

- Hummm, entendi, mas continua linda, alías, está muito mais.

- Obrigada! - agradesceu baixinho e lhe deu um rápido selinho.

- A Sofia tem sono pesado?

- Hum? Er, mais ou menos... só quando faço muito barulho ela acorda.

- Ótimo -susurrou- Então, vamos nos controlar,para não fazer tanto barulho. - ele riu e em seguida a beijou novamente.

Os dois caíram na cama e se amaram por horas, com paixão e vontade, para finalmente amenizar toda a saudade.

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora