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Alfonso havia chegado em casa, e viu Mateus andando de um lado para outro, como se estivesse profundamente pensativo.

- Mateus? - ele perguntou. - Aconteceu alguma coisa?

- Meus pais me ligaram e avisaram que estão vindo para casa, cara.Ferrou. Ferrou. - Mateus continuava a andar de um lado para o outro.

- Ué, não entendi. Ferrou por quê?

- Minha irmã, ela não chegou ainda. E já é tarde, são quase onze horas.

- Caramba! - Alfonso coçou a cabeça. - Você já tentou ligar pra ela?

- Sim, mas ela não atende, provavelmente deixou o celular no silencioso.

- Tá, olha, teremos que enrolar seus pais. Podemos fingir que a Dulce avisou que dormiria na casa de uma amiga.

- Seria muito fácil descobrir a mentira. Pois meus pais tem uma agenda com todos os telefones de pais de amigos da Dulce e meus também.

- Poxa então eu acho que...

Antes que Alfonso pudesse completar sua frase, Blanca e Fernando apareceram na porta, e eles rapidamente disfarçaram.

- Mamãe, pai... - Mateus disse.

- Olá, como estão? - Blanca perguntou.

- Parece que não destruíram a casa durante nossa ausência.

Alfonso riu e bagunçou o cabelo de Mateus.

- Pois é ele se comportou muito bem né primão.

- Sim, como sempre. - Mateus afirmou.

Fernando se sentou e ligou a televisão para ver o jogo. Alfonso tentava mostrar naturalidade e se sentou ao lado, fazendo um sinal para Mateus se sentar também.

- Bom, já que vocês vão assistir a esse jogo, vou conversar com minha filha. Dá licença. - Blanca se virou e foi andando até o quarto de Dulce.

Mateus e Alfonso se olharam, sem saída. Não havia mais jeito. Blanca entrou no quarto de Dulce, olhou todo quarto e sentiu um aperto no coração.

- ONDE ESTÁ A DULCE?- gritou, andando bravamente para a sala.

- Que-quem? - gaguejou Mateus.

- SUA IRMÃ, ONDE ESTÁ SUA IRMÃ?

- Não sei mãe.

- Como assim não sabem? Ela não disse para onde ia? - Fernando os questionou.

- Não tio, não sabemos onde ela está.

Blanca se sentou. Com o desespero de toda mãe, levou a mão no rosto e começou a chorar.

- Amor, se acalme. - Fernando acariciava o cabelo dela. Não que ele não estivesse preocupado, mas alguém ali tinha que manter o controle e ficar calmo. Sem alternativa, fez um sinal para que os meninos fossem pro quarto.

- Minha filha, minha menininha... - chorava.

- Ela vai aparecer meu amor... Por favor, se acalma.

Fernando afastou-se, foi até a cozinha e preparou um chá de Maracujá, para ela se acalmar.

- Beba isso. Vai te fazer bem.

- Não quero Fernando, não quero. Eu só quero minha filha.

Fernando tentou diversas vezes, ligar para Dulce. E todas às vezes, sem nenhum sucesso.

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora