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Dulce foi levada as pressas para o hospital. Seu estado era um pouco grave, pois havia perdido uma boa quantidade de sangue e isso não era nada bom.

Ao receber a notícia pela boca de Fernando, Blanca foi imediatamente para o hospital.

Já havia virado notícia e toda cidade já estava sabendo do tal acontecimento. Só se falava nisso. A filha do delegado se envolveu com o traficante mais procurado do RJ. Christopher, chefe do pavão-pavãozinho é preso. Nenhum outro assunto era tão falado quanto esse ocorrido.

Ao chegar no hospital, Blanca encontrou Fernando sentado de cabeça baixa. Se aproximou e disse, num ar de desespero de mãe:

- Onde está minha filha, Fernando? Cadê a Dulce?

- Acalme-se, Blanca. Não fique nervosa. Ela tá bem, mas está em observação.

- O que aconteceu, Fernando? - ela chorava, tentando buscar resposta para aquilo tudo.

- Recebi um chamado para prender Christopher, e ele não quis se entregar. Fez um rapaz de refém, matou meu policial Jeremias. Dulce apareceu, fez ele se entregar e levou um tiro.

- De quem?

Fernando estava com culpa demais para dizer que o tiro que havia acertado Dulce, havia saído dele. Não quis que Blanca se zangasse, mas ela já havia sacado tudo, apenas com o silêncio que ele deixou no ar.

- Fernando... - sua voz, de desesperada, mudou para decepcionada. - Co-como você pôde atirar em sua própria filha?

- Não era para ser nela. Eu estava com tanto ódio que acabei mirando errado. Perdão.

- Pedir perdão não vai tirar minha filha dessa situação. Viu? Viu onde chegou com essa loucura? Era mais fácil ter aceitado o Christopher do que passar por tudo isso.

- ISSO JAMAIS! - gritou com raiva, esquecendo que estava em um hospital. - Jamais aceitarei aquele moleque em minha família.

- Faça o que quiser, mas se fizer mal a um dos meus filhos novamente... eu me separo de você. - ela se virou para ir até o quarto onde a filha estava, mas se virou para dizer mais umas palavras. - E ah... se acontecer alguma coisa com a Dulce, ou com a Sofia... a culpa será toda sua! Espero que você saiba rezar. E reze bastante, para todos os santos, porquê vai precisar. - bufou e se retirou.

Ao chegar no quarto onde a filha estava, suas lágrimas caíram. Dulce estava com o braço enfaixado e dormia. Um médico estava ali, olhando para ela.

- Você é a mãe da paciente? - perguntou.

- Sim, eu mesmo. Blanca.

- Dona Blanca sua filha teve muita sorte. A bala por pouco não atingiu seu nervo.

- Que maravilha. - sorriu, mais aliviada. - E o bebê? Está tudo bem com ele?

- Tudo ótimo, o bebê é bem forte, como a mãe. Ela só precisa de repouso...

- Entendo.

- Com licença. - o Doutor se retirou e foi para outra sala.

Blanca olhou com ternura para Dulce. Passou a mão nos cabelos da filha e em seguida desceu para a barriga. Não acreditava que seria avó. Estava feliz com a notícia. Só não sabia o que seria da filha daqui pra frente... com o pai da criança preso. Ela podia ajudar, podia fazer algo pelo Christopher. E resolveu fazer isso. Ajudar ele, seria o mínimo que deveria fazer para ver a feliciade da filha.


𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora