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Christopher sentiu uma bala de nervosismo atravessar todo seu corpo. O choque havia sido grande para ele, que sem mais forças, se sentou e olhou para o nada. Um filho era uma enorme responsabilidade.a responsabilidade que ele sabia que teria que cuidar. Não podia nem devia deixar Dulce sozinha com a criança.

- Christopher, me perdoe... - ela dizia, tentando ganhar uma resposta de Christopher, que continuava olhando para o nada. - Eu também fiquei surpresa, com medo... a gente não tomou os devidos cuidados para que isso não ocorresse, mas...ocorreu.

Christopher continuava calado, tentando desemrolar sua mente que agora estava em conflito consigo mesmo.

"Eu vou ter um filho com ela... mas... e se eu não conseguir ser um bom pai, ou algo assim? E se eu for igual o Victor foi para mim... e será que ela tem maturidade para ser mãe? Aconteceu na hora errada, não queria um filho agora. Mas veio, e é minha obrigação cuidar." -ele agora mais calmo, pensava.

- Ah, - ela soltou uma longa suspirada. - Desisto. Entendi... - com o silêncio, ela entendia que  Christopher nunca mais quisesse vê-la. - Desculpa. Eu... eu vou embora.

Ao atravessar a porta, Dulce foi puxada por Christopher, recebendo um abraço afetivo que queria dizer: "Eu não vou te deixar sozinha." Algumas lágrimas caiam do rosto deles. Christopher olhou para a barriga de Dulce, e sorriu.

- É menino ou menina? - perguntou, beijando a barriga.

- Eu ainda não sei. Tá muito cedo pra saber. - suspirou, sentando na cadeira e olhando para Christopher, que não parava de olhar para a pequena barriga.

- É, pelo que minha avó dizia... Quando a barriga é menor, é porquê vem uma menina.

- Será?

- Talvez sim, pra mim... qualquer dos dois estará ótimo.

- Christopher não posso fazer isso. Não vou te obrigar a cuidar dessa criança.

- Ei! -interrompeu. - O que tá dizendo? É meu filho.

- Mas Christopher... Você...

- Mas nada! Eu cuidarei dos dois, é meu dever e além de tudo, eu quero.

- Mesmo? - ela passou a mão no rosto dele. - Vai cuidar da gente?

- Sempre vou. - sorriu e se aproximou, dando um selinho.

- Obrigada, de verdade. - ela esbanjou um sorriso emocionado.

- Não tem que me pedir obrigado. - sorriu e passou a mão no rosto de Dulce.

Mais tarde, após tudo estar mais tranquilo, eles conversavam no quarto. Dulce estava deitada nos braços de Christopher, que fazia ela rir com algumas besteiras dita.

- Você sabe. Bebês dão gastos que nossa... mas será um prazer gastar cada centavo pro bem estar dele. - Christopher continuava acariciando a barriga.

- Num momento, só estou com poucas fraldas amor.

- Não será nenhum problema. Eu comparei mil reais de fraldas.

- Mil reais? - perguntou curiosa. - Isso é muita fralda.

- Amor! Tá louca? Espera só até ele nascer pra você ver como essas fraldas não durarão um ano.

- É... faz sentido. - ela parecia concordar.

- Tem uma coisa. Ahm...

- O que?

- Eu tenho uma boa quantia no banco. Que é pra emergência! - suspirou. - Se acontecer alguma coisa comigo, use esse dinheiro para criar ele.

- Credo, pare de dizer besteira. Não irá acontecer nada.

- Nunca se sabe né... - ele parecia sentir que algo estaria vindo para cima dele. Como um pré aviso.

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora