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Ainda no quarto, Dulce e Christopher conversavam sobre coisas do dia a dia. Ele passava a mão nos longos cabelos de sua namorada, até que ela falou:

- Ainda é difícil de acreditar. - suspirou.

- No que? - olhou pra ela.

- Sabe que eu saio cedo hoje NE? Por causa do Mateus.

- Mateus, Mateus... - Christopher fechou os olhos tentando se lembrar. - Ah, teu irmão.

- Sim, ou irmã...

- Irmã? Como assim? Não te entendi.

- Bom, eu fui chamada na diretoria porque meu irmão estava no banheiro do colégio, vendo revistas pornográficas.

Christopher ainda não tinha entendido.

- Normal, amor... Todo moleque faz isso, ficar no banheiro vendo revistas de mulheres nuas.

- Não, não. Na verdade, era de homens.

Christopher arqueou as sobrancelhas. Chocado, óbvio.

- Então seu irmão...?

- Sim, é gay.

- Então por que tá preocupada, amor?

- Eu sinto que devo ajudar ele sabe, afinal é meu irmão. Mas ele não quer muita ajuda.

- Ué, tenta se aproximar aos poucos.

- É, pode ser.

Mateus estava em casa, queimando todas aa suas revistas e apagando todas as fotos comprometedoras do seu computador. Ele não se aceitava, apesar de ser assim desde novinho. Não queria ser uma vergonha pros pais, então preferiu ficar sozinho e calado. Logo depois, saiu para praia, tentando não lembrar mais acontecido. Conhecia Dulce, e sentia que ela usaria aquilo contra ele. Errado ou não, esse era o pressentimento que vinha em sua mente. Não deixaria barato, claro, se ela dissesse uma vírgula, ele falaria as pontuações inteiras. Se ela contasse, ele também contaria sobre seu namoro com o inimigo de seu próprio pai.

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𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora