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Christopher olhou imediatamente para Dulce. Como assim, grávida?

- Fala alguma coisa, amor... - Christopher se ajoelhou na frente de Dulce, tocou a barriga dela. - A gente vai mesmo ter um filho?

- Solta ele. - Dulce pediu.

- Me responde primeiro se...

- SOLTA ELE!!!! - Dulce berrou, interrompendo a fala de Christopher.

Christopher se levantou e foi até Betinho, que agora, chorava de felicidade. Chris desamarrou a corda que estava entrelaçada nos pulsos dele, fazendo-o ficar totalmente livre. Ele olhou para Dulce, agradecendo com um sorriso, a fazendo responder com outro sorriso rapidamente exibido.

Caio que também estava pasmo com a cena, se retirou para que eles pudessem conversar sozinhos.

Christopher olhou Dulce nos olhos.

Ele estava meio perdido e confuso naquele momento. Precisava rapidamente de uma explicação.

- Como assim grávida? Você vai ter um filho meu?

Dulce engoliu o choro e encarou Christopher, fez que não com a cabeça.

- Óbvio que não. Não estou grávida.

- Então por qual motivo mentiu?

- Por qual motivo menti? Você ainda tem coragem de me perguntar. Você ia matar o cara. E o que me intriga de verdade é que você nem se importou de eu estar aqui ou não. Quem é você, afinal?

Christopher abaixou a cabeça e levou sua mão ao rosto.

- E tudo isso por causa de um acerto de contas? SÓ PELO DINHEIRO? Se você não queria que ele devesse, era só não vender mais drogas fiado. Mas não, parece que você teve o prazer de deixar dívida e mais dívida se acumularem, para depois matar.

- Dulce, deixa eu te explicar.

- O que você fez não tem explicação, Christopher. Será que não notou que na frente dessa arma havia um ser humano prestes a morrer?

- Mas é o meu trabalho... - Christopher tentava argumentar.

- Trabalho? Você não é Deus, para tirar a vida de ninguém.

- Dulce, me escuta.

- Anda, diz. Quero ouvir o que você tem pra me dizer.

- O cara não valia nada, é um viciado como outro qualquer.

- PORRA, E SE FOSSE TEU FILHO? AMARRADO IGUAL UM ANIMAL FEROZ NA MIRA DE UMA ARMA. O QUE VOCÊ FARIA? O QUE FARIA? - Dulce berrou, apertando as mãos.

- Provavelmente... Isso ia doer muito em mim.

Christopher olhou Dulce por um instante. Ela tirava o anel de noivado que ele havia dado um mês atrás.

- O-o que tá fazendo? - Chris perguntou.

- Se você não a capacidade, de separar as coisas, eu não quero ficar com você. Você é um monstro. Não quero te ver nunca mais.

Dulce colocou o anel na mão de Christopher e se levantou. Ele a segurou, tentando não deixa-la ir, mas ela pediu para que ele não a tocasse e seguiu andando. Sem táxi, nem ônibus, nem nada... Apenas com seus pés. No caminho para casa, ia chorando, e despertando a atenção de alguns curiosos na rua. Lembrava cada momento do rosto desesperado do rapaz. Quando não aguentou mais, sentou num banco que havia na praia e chorou ainda mais.

Christopher foi para casa, se sentou e olhou para o anel.

- Meu amor, me perdoa...

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora