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Na entrada do prédio, Christopher estacionou o carro e olhou para Dulce , que correspondeu ao seu olhar.

- E então? - ele levantou os ombros.

- Então o que?

- Como ficamos?

- Não sei, Christopher . Preciso de... tempo.

- Tempo? - perguntou. - Tempo de que? Pra que?

- Pra pensar, ajeitar umas coisas.

- Eu sabia! - ele deu um tapa na sua própria perna. - Tem algo, e você não quer me contar.

- Eu não me sinto pronta para contar ainda, amor.

- Me diz... Pode confiar em mim, seja o que for eu vou entender.

- Não. - ela chorou. - Não vai entender.

Se tinha algo que Christopher não suportava, era ver Dulce chorando. Era seu ponto fraco, vê-la em prantos. Ele a puxou e a abraçou forte.

- Desculpa. - beijou-lhe a testa. - Desculpa pela pressão.

Dulce chorava. Usava isso como seu desabafo naquele momento.

- Eu não suporto te ver assim, só queria ajudar... me perdoe.

- Não tenho que te perdoar. Eu imagino como deve estar sendo para você.

- Eu adoraria saber o que se passa mas... Não vou insistir, ok? - ele selou seus lábios, dando um beijo aconchegante.

- Tá bom. - ela sorriu, forçado.

- Quando você estiver mais... confiante, me diz.

Ela apenas afirmou com a cabeça e abriu o carro.

- Ei! - ele a segurou, puxou pra perto e lhe deu um selinho demorado.

- Eu te amo, viu? - ele disse baixinho. - Você é a coisa mais boa que tenho.

- Eu também te amo. - ela respondeu, dando um beijo no rosto de Christopher e saindo do carro.

Dulce estava chateada e angustiada com aquela terrível situação que vivia. A única que sabia da existência de sua gravidez, era sua melhor amiga, Maite. Ela caminhava lentamente até seu apartamento, após ter saído do elevador. Estava começado a anoitecer, quando entrou em casa. Viu Mateus sentado. Metade de sua "dor de cabeça" era por culpa dele. Mas ela o amava, era irmã mais velha dele, sentia que tinha que protege-lo, apesar das brigas e tudo mais.

- Você tá péssima! - Mateus olhou horrorizado para irmã. Sem maquiagem alguma no seu rosto. Dulce não estava bem. Tanto fisicamente quando psicologicamente. - Antigamente, era toda vaidosa, agora tá assim.

Ela se sentou calada, e cobriu seu rosto com as mãos, tentando manter o controle de si mesma.

- E você se importa com isso? - ela finalmente disse.

- Eu? - riu. - Tô nem aí para você.

Ela riu, mostrando seu nervosismo. Se sentia uma estúpida.

- Eu não quero estar bonita para você.

- E mesmo se quisesse, não está conseguindo. - ele se levantou e deu alguns passos, caminhando em direção a cozinha, sendo rapidamente impedido por Dulce , que o seguro.

- É assim que você me agradece? - ela o segurava pela camiseta. - É assim sua forma de gratidão por ter se livrado daquela culpa? A culpa que eu, sua irmã, tomei de você.

- Você fez isso por pura e livre vontade. Eu não pus em nenhum momento uma arma na tua cabeça, te forçando a me defender.

- Mas eu sou tua irmã! Não perceber?

- Infelizmente, eu acordo e me lembro disso todos os dias. - ele dizia friamente.

- Moleque ingrato. Eu me ferrei por tua culpa! - Dulce estava com o humor alterado.

- Se ferrou porquê é intrometida, se tivesse calado tua boca, nada disso teria acontecido. Se bem que... - Mateus sorriu, ironicamente, olhando Dulce de cima a baixo.

- Se bem que o que?

- Você já deve ter experimentado cocaina.

- O ÚNICO QUE CHEIRA COCAINA AQUI É VOCÊ. - ela gritou. - EU NUNCA ME ENVOLVI COM COCAINA E EU SEI DISSO, SÓ TÔ FERRADA PORQUÊ QUIS TE DEFENDER, MAS VOCÊ NEM FOI HOMEM O SUFICIENTE PARA DIZER AO NOSSO PAI QUE AQUELA PORCARIA ERA SUA!!!!!!

Na hora do nervosismo, dizemos coisas erradas, nas horas erradas. E foi o que aconteceu. Fernando estava indo para a sala de estar justo momento em que Dulce falou, - ou melhor, gritou. que o pequeno pacote de cocaina era de seu irmão, não dela.

- O QUE DISSE, DULCE? - Fernando falou, e ambos de assustaram. - Você cobriu a sujeira do seu irmão esse tempo inteiro? Mateus, você sabendo que sua irmã estava nessa situação, não falou nada?

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora