Blanca chegou do trabalho. O clima em casa estava tenso e ela notou isso, assim que chegou. Viu Fernando sentado no sofá, sua perna direita tremia por ansiedade e ela sabia que isso não era um bom sinal. Ele olhava para o nada, distante e pensativo. Parecia concentrado. Ela se aproximou e tocou o ombro do marido.
- Boa noite, querido.
- Que bom que você chegou. - sua voz não era de alegria e sim de preocupação.
- Por que diz isso? Aconteceu algo?
- Sim, aconteceu.
Blanca se sentou, para ouvir melhor.- Então me diz o que te fez ficar assim?
Fernando olhou para Blanca, colocou a mão no bolso e tirou o pequeno pacote dali. Blanca arqueou sua sobrancelha, imaginando o que um pacote de pó estava fazendo com seu marido.
- Não é meu, se é o que está pensando.
- De quem é então?
- Dulce!
- QUE??? - ela não pôde conter o grito. - Como assim?
- Eu entrei em casa e ela estava com isso na mão.
- Mas isso não significa que é dela. - retrucou.
- Ela mesma admitiu. Pelo o que entendi, Mateus sabia, mas não a dedurou.
Blanca levou sua mão à testa. Como podia? A educação que havia dado a sua filha era outra. Dulce sabia exatamente que males faziam todos os tipos de drogas. Onde foi que ela tinha errado?
Blanca deixou Fernando na sala, foi andando até o quarto da filha. Nem se quer bateu na porta, saiu entrando, buscando explicações.
- O que significa isso? - Blanca disse.
-Ah, oi para a senhora também mãe. - sorriu.
- Não é hora para gracinhas, Dulce. O que é isso que seu pai acabou de me contar?
- Se você já sabe, não vejo nenhum motivo para me fazer perguntas. Faz outra coisa, sei lá. Bate aquele martelinho e me prende logo de uma vez.
- Me explique, AGORA!
- Tá. - Dulce bufou. - Eu comecei há usar esse ano porque acho da hora, ok?
- Acha da hora? - Blanca ironizou. - Achará da hora quando estiver em uma clínica de reabilitação? Quando ficar dependendo dessa droga?
- Por favor, mãe. Eu sei quando parar.
- Isso é o que todos dizem.
- Mãe, a vida é minha! Deixe-me fazer o que quero.
Mas que merda era aquela? Dulce estava agindo como se realmente estivesse usando aquela droga. Bem que dizem, que quando mentimos, podemos acreditar a qualquer momento na nossa própria mentira. Era para Mateus estar resolvendo essa briga com os pais, não ela. Mas ela aguentou as pontas e seguiu até o fim.
- A sua vida está dentro da minha casa, se não está satisfeita, saia.
- OK, EU SAIO! - ela gritou.
Blanca usou a frase errada na hora errada. Dulce pegou uma pequena mala e tirou do guarda roupa várias peças de roupas. Blanca, ao contrário de que Dulce estava pensando, não a proibiu. Deixou-a seguir com aquela cena. Em poucos minutos, ela estava com toda mala pronta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐
RandomDulce e Christopher vivem em mundos diferentes. Ela, uma rica menina, vaidosa, mora em Copacabana. Sempre teve de tudo do bom e do melhor. Ele, que tem um passado curioso, é o traficante mais procurado do Rio de Janeiro. De uma forma inesperada, o...