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Jeremias, a cada dia que passava, ganhava mais a confiança de Christopher, que estava cego demais numa "amizade" assim. Caio não gostava nenhum pouco de Jeremias. Achava ele muito artificial e sabia que boa coisa ele não valia. Mas Christopher se recusava a acreditar em uma fofoca tão "mentirosa" assim. Achava que tudo isso era invenção de Caio, mas não era.

- Deveríamos fazer uma coisa. Essas armas estão cada vez piores, cara. - Jeremias dizia.

- É. A potência delas está caindo bastante mesmo, não são mais como antes. - Christopher concordava, passando a mão em sua A-K 47.

- Tem uma loja de armas, bem no centro da cidade. Por quê não vamos lá?

- Num momento não tô afim de gastar grana. Quero economizar bastante para criar meu filho de uma maneira digna.

- Maneira digna? Desde quando o filho de um traficante vai ser digno alguma vez na vida? - retrucou. - Ele deve seguir os passos do pai.

- Não. - Christopher disse, horrorizado com aquele comentário. - Apesar de eu ter essa vida, não quero que meu filho chegue nem perto. Tá louco.

- Isso vai estar no sangue dele.

- Mas ele não será e pronto! - respondeu aumentando o tom de voz, para deixar claro que aquele assunto havia acabado. - O que você sugere para melhorar as armas?

- Bom, se tu não quer gastar uma graninha, o que nos resta é assaltar. - Jeremias dizia, enquanto fumava.

- Hum, não tinha parado para pensar nisso. É, uma boa idéia.

- Eu disse. - respondeu, com um sorriso no rosto, soltando a fumaça lentamente.

***

Na casa dos pais de Christopher, Dulce contava para a sogra que ela seria vovó. Alexandra ficou muito animada com aquela notícia e não pôde deixar de se emocionar. Aquilo era algo que ela sempre quis e estava contente pela notícia.

- E se for uma menina, ela será Sofia, pois sei que esse nome, Christopher adora.

- Sim, é verdade. Ele sempre adorou muito esse nome, desde novinho dizia que sua filha se chamaria Sofia. - Alexandra sorria ao lembrar.

- Pois é. Fiquei tão feliz por ele ter aceitado a gravidez. Foi tão fofo comigo! - suspirou.

- Sabe o que eu acho? - Alexandra tocou a barriga de Dulce.

- Hum?

- Que está vindo uma Sofia.

Dulce sorriu exibindo os belos dentes

- Será mesmo?

- Eu sinto que sim, pois barriga de menina é mais delicada...mais pequena.

- Quero fazer 5 meses logo, pois eu não aguento de tanta ansiedade.

- Entendo. - riu. - Você está preparada para as madrugadas mais mal dormidas de sua vida.

Dulce também riu e fez sim com a cabeça.

- Estou. Acho que no fim, vale a pena.

- Oh se vale. Acredite. - uma pequena pausa foi rompida com a pergunta: - E como andam seus pais? Estão aceitando?

- Bom, minha mãe está muito ansiosa, tanto quanto eu. Chega todo dia do trabalho com umas roupinhas brancas de neném. Já meu pai... só me cumprimenta, nada mais. Ele tá estranho, confesso. Parece que aceitou meu namoro com Christopher.

- Ué, mas isso não é bom?

- De um lado, até é. Mas...

- Mas o que?

- Esse mistério todo, me intriga. É meu pai, mas vindo dele... boa coisa não é.

- Entendo. Você acha que ele pode fazer algo?

- Tenho certeza que sim. Meu pai é capaz de tudo. Mas Christopher não é fraco, ele sabe o que faz e sabe muito bem se defender.

- Nisso eu concordo, mas... morro de medo que ele acabe... hum...

- Morrendo?

- É... isso, - Alexandra olhou para baixo. - tenho esse medo. Afinal, ele metido nessa vida... boa sorte não trás.

- Também acho. Mas vamos ter fé que nenhuma maldição cairá sobre ele. Deixar Deus agir, é o melhor remédio.

- Amém! - Alexandra concordou em seguida.


𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora