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Naquela noite, algo incrivelmente raro estava acontecendo. A família de Dulce jantava junta. Ela, com o dobro de comida no prato, conversava com a mãe sobre o bebê.

- É apaixonante quando pegamos nosso filho pela primeira vez. - Blanca explicava. - É uma sensação única, ter aquela coisinha minúscula em seus braços, sentir o calorzinho dela passando pra você.

Dulce sorria e acariciava a barriga enquanto ouvia atentamente o que a mãe dizia.

- Mas mãe... - ela interrompeu por um instante. - Eu não sei se vou saber cuidar de um bebê tão pequeno.

- Ué, ninguém nasce sabendo. Você vai ter Christopher, a mãe dele e a mim para te ajudar no que for preciso.

- É... - ela sorriu. - com o tempo eu vou aprender a ser uma ótima mãe, assim como você.

- Querem parar de falar dessa criança? - Fernando exigiu. Aquele assunto o incomodava muito.

- Fernando, não comece. - Blanca repreendeu.

- Não começar com o que? Esse assunto já deu, que coisa mais irritante.

- Pai, não fale assim. O bebê não tem culpa de nada.

- Eu sei, quem tem culpa é você e Christopher por não saberem o que é uma camisinha.

- Isso não tem nada a ver, pai. Era para acontecer e estou muito feliz por isso.

- Feliz? - ele cruzou os braços. - Por quanto tempo, filha? Esse bebê vai tirar seu futuro, vai tirar seu tempo e sua juventude.

- PAI! OLHA AO SEU REDOR. QUE FUTURO? - Dulce gritou. - Meu futuro é garantido desde o dia que eu nasci. Não estou me gabando, nem contando vantagem mas eu já nasci com a vida ganha. Com a herança que minha avó deixou pra mim, dá para mim criar uns 10 filhos numa boa.

- Então só por ser rica, você será uma vagabunda?

- Eu não disse isso. Eu vou trabalhar, vou fazer faculdade. Satisfeito? Era isso o que você queria ouvir de mim?

- Mais ou menos. Falta uma parte.

- E que parte?

-A parte em que você decide abortar ou deixar essa criança num orfanato.

Dulce e Blanca arregalaram os olhos e Mateus apenas observava aquela situação. Fernando havia enlouquecido de vez, pensar em aborto era o fim da picada.

- Eu não vou abortar, não vou mesmo. Muito menos dar meu filho a um orfanato. - Dulce se levantou e caminhou de pressa pro quarto. Se deitou e respirou fundo para não se sentir mal.

- Precisava disso, Fernando? - Blanca perguntou e teve o silêncio como resposta.

Fernando se retirou da mesa e foi para a varanda, fazer uma ligação para Jeremias. Blanca foi para seu quarto, pois estava com muita dor de cabeça. Mateus ficou na sala, vendo TV mas abaixou o volume quando notou que seu pai falava ao telefone.

- Aham. Entendi. Ele não é tão esperto, não. Vai cair muito fácil no que você sugerir. - Fernando se sentou e não notou que Mateus o observava. - Não discuta, Christopher pode ter aquela marra toda mas no fundo é um moleque. Sim... eu só tô esperando ele dar um mole, pra eu por as mãos nele de uma vez e você está me ajudando. Uhum, ótimo trabalho. Abraço.

Mateus no fundo havia se preocupado com a situação. Fernando e estava tramando alguma contra Christopher e ele precisava alertar a irmã.

Dulce falava com Maite no telefone, que havia viajado com Alfonso por um tempo, ela falava as novidades e foi interrompida por Mateus entrando no seu quarto.

- Sai daqui, x9. -ela bufou.

- Eu preciso falar contigo.

- Mas eu não quero falar com você. -respondeu friamente, se virando pro outro lado.

- Dulce, é urgente. - sua voz era impaciente.

- Mateus, sai do quarto. Não estou falando com você, esqueceu?

- Tá bom, vou deixar seu namoradinho se ferrar. - respondeu e foi saindo do quarto.

- EI. ESPERA! Como assim?

- Você não quer saber.

- Quero. Anda, me responde. O que Christopher tem a ver?

- Papai quer prender ele. - Mateus suspirou.

- Isso não é novidade.

- Eu sei. Mas ouvi ele dizer no telefone que só está esperando Christopher dar mole para por a mão nele.

Maite mordeu os lábios de nervosismo.

- E parece que alguém está ajudando ele nisso. - ele completou.

- Ai, meu Deus! - Dulce exclamou, bem preocupada. - Ahm, valeu. Agora vaza que eu vou ligar para Christopher

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora