Capítulo 01 - Expectativa

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Sonhos.

O que são eles sem alguém para sonhar?

E o que são eles sem alguém para realizar?

Aqui vai o meu sonho, realizado.

Acordamos cedo. Era sexta-feira. Na quinta, tínhamos ido dormir às 04:00 da manhã. Todo esse tempo, imaginando como seria o show. Sem sono, sem reação. Precisávamos que aquele chegasse logo. Precisávamos ir no meet & greet, precisávamos ver eles.

Eu estava muito ansiosa. Guardando todas as minhas lágrimas para o momento aguardado. Coração batendo forte a todo o momento. Quando então, começamos à nos arrumar para o último dia de aula. Não só do ano. Como do colegial. Era o fim.

Todos os nossos amigos, que ali estavam desde o início, iriam ir embora. Não nos veríamos mais todos os dias, não zoariamos mais a professora de sobrancelhas grudadas. Não correriamos mais um atrás do outro, durante o intervalo. Era o fim.

A curiosidade matava. Eu queria saber como o Paulo Castagnoli era de pertinho, queria sentir sua pele, seu cheiro, seu calor. Sempre gostei mais dele do que dos outros. Não que houvesse diferença entre eles. Todos lindos, e com vozes incríveis. Mas era diferente.

Pouco antes de momentos incríveis, tive a sorte de ter uma irmã como a Beatriz. A Bea, como chamamos, é minha irmã. Nós somos como unha e carne. Tínhamos, na época, 18 anos. Duas jovens, flyers, loucas e soltas pelo mundo. O que poderia dar errado?

Compramos os ingressos e fomos para o show no dia 19/12, era sábado. O show foi em um Teatro, grande e bonito. Mas antes, tivemos o privilégio de ir no Meet&Geet. Fomos para a fila de entrada, meninas choravam para todos os lados. Todas ansiosas. E eu ainda guardando as minhas lágrimas para o momento do show.

Quando chegou a nossa vez, Bea segurou firme na minha mão. Ela tremia, estava nervosa. E olha nos meus olhos bastante ansiosa.

- É agora, Lari. - ela disse.

Não consegui dizer nada. Só olhei nos seus olhos e sorri. Caminhamos um pouco e chegamos em uma sala. Quando chegamos lá. Mira, amiga de Bea que entrou com a gente, começou a tremer e chorar. O segurança olhou espantado com a reação dela.

- Calma... - ele disse. - Não corre, não pula no pescoço e se quiser pode deixar a bolsa e o celular aqui.

Colocamos as bolsas e os celulares em cima do balcão. Naquele momento eu comecei a soar frio.

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