Capítulo 25

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            Nesse tempo todo, eu mal parei para pensar em tudo o que vivemos. São lembranças lindas e tudo passou tão rápido. Esses dois anos foram-se como flashs que refletiam contra nós enquanto tiramos fotos. Ainda lembro-me de tudo o que fiz naquele dia. Eu nunca, nunca, nunca me esqueceria de tudo o que passamos juntos. Cada momento, cada toque, cada dia... Eu precisava demais continuar com aquela rotina.

              Caíque ainda não havia voltado para casa, eu não me sentia nada bem com aquilo. Ele havia saído no dia anterior e nada de me dar notícias. Eu comecei à achar estranho. Paulo e Nathan ligavam para Bea e Nathy quase de hora em hora, e o Caíque nada. Ele simplesmente, evaporou.

              O meu coração já estava apertado. Mesmo que sabendo que ele estava bem, pelas fotos do show que eles postavam nas redes sociais. Mas ainda faltava alguma coisa, faltava ele comigo.

              Com elas ali, tudo estava ficando mais fácil. Mesmo grávida, Bea me ajudava muito com as crianças assim como Nathy. Acho que eu nunca me cansaria de cuidar deles.

              Talvez seja coisa de mãe, como Caíque disse, mas, eu sentia que eles cresciam e mudavam mais à cada dia. Eu nunca me imaginei com três filhos pequenos e gêmeos. E mesmo que eu fosse amar da mesma forma, eu não queria mais filhos. Era muito complicado e com a rotina ativa demais de Caíque seria difícil aguentar a barra praticamente sozinha.

              Eu continuava trabalhando com Igor, e mesmo assim, eu não o via à tempos. Tudo o que fazia por ele, era através da Internet. E por um lado era bom, não causava problemas entre mim e Caíque.

              Estava tão cansada, que acabei dormindo no sofá naquela noite. As crianças custaram à dormir, e assim que Júnior e Lia adormeceram, Gabriel acordou aos prantos. O que fez os outros acordarem.

              A solução foi deixar Gabriel com Bea no quadro de hóspedes, enquanto eu e Nathy colocava Júnior e Lia para dormir. Mesmo que eu fosse a mãe, parecia que só Bea dava um jeito naquele garoto.

     — Como eu amo ver você dormir... — despertei assim que ouvi a voz de Caíque.

     — Ah meu Deus, você quase me matou de susto! — me sentei no sofá o abraçando com força.

     — Desculpa, não pude ligar. — ele riu pelo nariz.

     — Como não? Paulo e Nathan ligaram. — ele coçou a nuca e suspirou — O que aconteceu dessa vez, Caíque?

              Ele me olhava sério, eu não conseguia nem se quer imaginar o que havia acontecido. Mesmo que já tivéssemos um bom tempo juntos, eu não sabia de nada que pudesse deixá-lo daquela forma. E ainda mais, algo que Nathan e Paulo não soubessem. Paulo é meu melhor amigo, com certeza me contaria.

     — Ei? Me fala. — passei a mão esquerda pelo seu rosto e olhei em seus olhos.

     — Não é nada, eu juro. — ele me deu um selinho e se levantou.

     — Caíque, por favor, me diz. — entrelacei nossos dedos o impedindo de sair dali.

     — Eu só estou cansado, é sério. — eu sabia que era mentira, mas não quis insistir. Uma hora ou outra ele iria me contar — Vem, vamos pro quarto.

              Eu me levantei e caminhamos juntos até o quarto. Nenhum de nós ousamos a pronunciar uma palavra. Acho que em alguns momentos o silêncio é a forma mais cabível de se comunicar. E por mais que o silêncio me doa mais do que tudo, eu estava suportando a dor dessa vez.

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