Capítulo 15 - Adeus

297 27 0
                                    

Eu só consegui abraçar Paulo. Foi o melhor discurso que eu já ouvi na vida. Nada no mundo se comparava com aquela situação. E logo os dias passaram.

Depois do ante-penúltimo show da banda, Bea e Nathan foram viajar. Já que eles teriam uma semana de férias. Ele disse à ela que seria surpresa, então nem eu sabia aonde seria. Paulo e Marília brigaram novamente, e ela teve que viajar para outro país a trabalho. Então, eu e Paulo aproveitamos para reforçar a amizade que já tinhamos em um passeio na praia.

- Você acha que ele pensa em mim? - perguntei enquanto caminhávamos na areia.

- Eu tenho certeza que ele pensa em você. - ele respondeu.

- Porquê você acha isso? - eu parei de andar e fiquei olhando para Paulo.

- Porquê tem um cara naquele quiosque ali. - ele apontou - Que não para de olhar pra cá. O Caíque acha que eu não conheço ele.

Eu olhei confusa, mas ao ver Caíque a paz finalmente chegou. Paulo chamou ele e ele caminhou até nós. Eu tremia e Paulo dizia para eu me acalmar. Mas era impossível quando o amor da sua vida estava se aproximando.

Aqueles olhos, aquela boca, aquele corpo, aquele homem. Um homem com alma de criança, que me fez mudar a percepção sobre o mundo. Que me fez enxergar que é possível. E que o amor existe.

Caíque se aproximou lentamente, Paulo ficou observando minha feição espantada ao ver Caíque. Eu queria minha irmã, eu precisava da minha irmã. Eu queria que ela me fizesse rir. Eu precisava sorrir.

- Bom, vou deixar vocês sozinhos. - Paulo abraçou Caíque e saiu de perto.

Silêncio, silêncio, silêncio. Até que eu finalmente consegui conter as lágrimas. Não derramei uma se quer, eu precisava mostrar para ele que mesmo com todo o sofrimento eu ainda era forte. Mesmo que fosse uma enorme mentira. Olhar em seus olhos novamente parecia perigoso, preferi olhar para as areias da praia.

- Desculpa. Não era isso, não era para ser isso. Não era para ter acontecido dessa forma. - ele me abraçou.

- Não era para ter acontecido, Caíque. - Eu soltei ele.

- Como assim? - ele olhou profundamente assutado. Talvez nunca teria imaginado essa situação.

- Vai embora, eu não quero mais te ver. Não vou mais em shows, não vou mais ouvir suas músicas. Vou apagar todas as fotos em que você estiver, e todos os vídeos. Vou tirar você de todas as minhas redes socias, eu quero que você realmente desapareça. Como você desapareceu nos últimos dias. Que eu acho que você não sabe, mas foram os piores de toda a minha vida. Então, se você me der licença, eu vou me retirar da sua frente. Vai ser a última vez que a gente se vê. Adeus Caíque.

E nem com o discurso mais triste e longo que eu já fiz, eu chorei. Era a determinação, de querer que ele ficasse de vez ou então fosse embora. E já que ficar para ele não era opção, então que fosse embora de vez.

31Onde histórias criam vida. Descubra agora