Capítulo 15 - Dreams

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Horas depois, ainda estávamos no quarto de hospital. Caíque e eu pareciamos que nunca havíamos brigado, e eu amava isso. Como sempre esqueciamos tudo e seguiamos em frente. Sempre juntos. Eu sempre quis que isso acontecesse comigo, com alguém. E finalmente, estava acontecendo. Depois de milhares de decepções e desiluções. Finalmente, estávamos completos. Caíque me olhava sorrindo, seus olhos brilhavam, enquanto eu falava sem parar sobre o quanto eu estava feliz e todos os meus planos para nossos filhos.

- ...e eu quero que ela faça balé, acho isso muito legal e ela vai crescer mais rápido. O Biel pode jogar futebol e o Caíque cantar igual o pai. Sei lá, eles que vão escolher quando chegar a hora e... Eu to falando demais não é? - sorri envergonhada enquanto ele me olhava.

- Não amor, você nunca fala demais. Sabe que eu adoro te ouvir, eu só estou um pouco cansado. - ele disse e me deu um selinho.

- Vai pra casa, descansa. Quando estiver melhor você volta pra ver a gente. - disse fazendo carinho em seu rosto.

- Não, eu posso ficar aqui. - eu via em seu olhar que estava cansado, precisava descansar urgentemente.

- Não, Caíque, vai pra casa. Sério, vai ser melhor, eu não vou ficar preocupada e você vai descansar. Vai, por nós. - sorri e acariciei sua mão.

- Tá bom. - ele sorriu e me beijou - Eu te amo.

- Também te amo. - e ele subiu suas mãos de minha cintura para minha cabeça e depositou um beijo em minha testa - Tchau, e descansa hein!

- Pode deixar! - ele disse se levantando e caminhando até a porta - Volto amanhã. - assenti e ele saiu do quarto.

Me ajeitei na cama e logo fechei os olhos me permitindo um longo sono de descanso.

Pés. Meus pés não tocam o chão. Sinto o ar faltar em meus pulmões, algo errado está acontecendo. Isso é possível? Será apenas um sonho? Eu preciso correr.

A floresta é perto, grande e escura. Sinto o frio em minha barriga fazer minhas mãos formigarem. É a dormência por estar boiando em alto mar.

Agora vejo que não é uma floresta, e sim uma Ilha. Ótimo, talvez lá tenha alimentos. Eu realmente não me encontro no céu, me encontro onde meu corpo precisa estar: na água.

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