Capítulo 47

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     — Larissa?! — ouvi Caíque gritar enquanto eu tomava banho.

              Ok, eu só queria passar um segundo sozinha. Mas não deu muito certo. E isso anda se repetindo a duas semanas, desde que me resolvi com Caíque.

              Parecia que quanto mais eu queria ficar sozinha, mais eles precisavam de mim. Não que fosse ruim ou eu não gostasse de ficar com a minha família. Mas eles estão abusando.

              Hoje, acordei as 05:40 da manhã. Porque segundo Lia, Gabriel estava assustando ela. A minha vontade foi de jogar aquela criança pela janela e ir dormir. Mas são os meus filhos.

              Graças à Deus, Júnior é quietinho. Talvez seja por sua dificuldade em falar, que é uma sequência do que aconteceu à um tempo atrás. Mas juro, ele é uma bênção.

     — Que foi? — disse desanimada já desligando o chuveiro.

     — Posso entrar? — não obrigada. Quero ficar sozinha pelo menos no banho.

     — Entra Caíque. — revirei os olhos e abri o resgistro voltando ao meu banho.

     — Olha, quero que comece os preparativos para o casamento hoje. — oi?

     — O quê? A gente não tinha combinado que ia deixar para o fim do ano ou o ano que vem? — fechei novamente o registro e peguei meu roupão.

     — Sim, mais é que rolou um imprevisto. Vou precisar viajar no final do ano. Então a gente tem esse mês para organizar tudo e casar no mês que vem. — ele cruzou os braços e encostou na parede.

     — Vem cá, você sabe que mesmo que fosse um churrasco na laje, levaria mais de um mês para organizar, não sabe? — saí do box e ele murmurou um "sim" — Então pronto, sem essa de casar no mês que vem. Podemos casar no próximo depois desse ok?

     — Não. Eu vou passar metade do mês na Califórnia gravando, esqueceu? — ARTISTAS!

     — Ah então deixa para o ano que vem. — coloquei uma toalha na cabeça.

     — Não. De jeito nenhum, amor eu te ajudo. A gente tem os meninos, a Bea, Nathy... Vai dar certo. — hahahahahahahahahahahahahahaha. Eu ria — É sério.

     — Caíque...

     — É sério, por favor vai? — ele me abraçou por trás e ficou me encarando através do espelho.

     — Hoje? — fiz biquinho.

     — Hoje. — ele confirmou e eu cedi.

     — Deixa eu me arrumar e eu ligo para a Ellen. Ok?

     — Sem problemas. Eu cuido das crianças. — NÃO MESMO!

     — Não, a Nathy mora aqui perto. Eu deixo eles lá. Não vou deixar as crianças com você, sozinhos. Se lembra do que aconteceu na última vez? — ele fez careta e nós rimos.

              Na última vez em que Caíque cuidou sozinho das crianças, os três ficaram com hematomas, Lia teve febre, Gabriel quebrou um dos berços e Júnior dormiu. Não que ele tenha batido nas crianças, mas Gabriel bateu.

              Como diria Bea: ele deveria estar em um reformatório infantil.

     — Juro que vai dar tudo certo, confia em mim vai? — ele me deu um beijo no ombro.

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