Capítulo 03 - Pai?!

129 14 2
                                    

Acordei com Caíque acariciando meu rosto, a luz do Sol entrando no quarto me assustou. Não sabia que tinha dormido tanto... Esfrego os olhos e sorrio ao ver meu amor sorrindo para mim, seus olhos estavam ainda mais lindos. Por um momento, achei que estava flutuando, mas logo esse momento se auto-excluiu de minha mente quanto senti o peso da barriga sobre minhas costas.

- Bom dia... - resmunguei.

- Bom dia, moh-moh. - ele me deu um selinho - Você está linda hoje.

- Acho melhor você parar de me bajular, eu vou ficar mal acostumada. - ri fraco.

- É isso o quê eu quero, que você se acostume. Vai ser assim a partir de agora.

- Achei que você fosse me dizer uma coisa dessas depois que casassemos. - enrolei o cabelo com a mão e coloquei sobre meu ombro direito, sentando na cama.

- Ué, você está me enrolando. Tenho que dizer antes de casar mesmo. - ele disse e eu ri.

- Não estou te enrolando, só quero ficar bonita e magra pra você naquele vestido. - reviro os olhos.

- Você já é linda, o seu peso não vai mudar nada. - me estiquei até ele e dei um beijo no mesmo - Ah, temos visita.

- E agora você me diz? Eu teria levantado assim que acordei!

- Por isso que eu não disse antes! - ele arqueou uma sobrancelha.

- Tá, quem é? - ele me olhou e balançou a cabeça.

Caíque insistiu em não me contar. Me levantei, tomei um banho rápido e morno, fiz minhas higienes e coloquei um vestido florido. Aliás eu só usava vestido desde que engravidei, talvez parecesse que eu tivesse menas barriga, não que eu tivesse vergonha, pois era a coisa mais linda que já me havia acontecido, só me sentia mais confortável. Fui para sala com Caíque segurando minha mão, eu realmente, achava que um passo infalso me faria explodir. Chegamos na sala e eu me deparei com uma pessoa que eu não via à muito tempo, que eu imaginei que já tivesse esquecido de minha existência, que me preocupava muito. Ele estava boquiaberto, no centro da sala, como se não acreditasse no que eu havia me tornado. Desde os meus nove anos não nos víamos mais, apenas pela Internet, mas não é a mesma coisa. Meu coração acelerou, eu não conseguia dizer nada. O nervoso me fez apertar a mão de Caíque o máximo que pude, e logo ele estava contorcendo o braço para que eu o soltasse.

- Então é verdade... - Meu pai disse se levantando do sofá e caminhando até a mim.

- P-pai? O-o que você tá fazendo aqui? - disse assustada.

- Eu vim ver meus filhos, se passaram dez anos, eu... Eu... Eu não acredito no que eu estou vendo. - ele parecia indignado, confuso, triste.

- Olha pai, eu sei que o senhor vai dizer que é errado, mas olha eu amo o Caíque e nós vamos criar essas crianças juntos e também vamos casar. - talvez a palavra casar tenha causado um efeito bem maior do que esperei.

Caíque me olhou assustado enquanto meu pai se sentava novamente, encarando o chão fixamente, provavelmente desapontado.

- Você não vai pelo menos me apresentar o seu amigo? - ele disse olhando para Caíque.

- Noivo, senhor, prazer, meu nome é Caíque. - ele caminhou até meu pai e os dois se cumprimentaram com um aperto de mãos.

- Você não namorava um tal de Igor? - Caíque me olhou e revirou os olhos, meu pai só fez isso para provocar.

- Isso já faz muito tempo, pai. Eu estou com o Caíque agora e a gente se...

- ...Tá, tá, tá. - e então ele voltou a me encarar - Não vai dar um abraço no seu pai?

E eu caminhei até ele e o abracei com o se eu ainda fosse aquela menininha de nove anos que o abraçou chorando quando ele partiu.

31Onde histórias criam vida. Descubra agora